No final do dia 26 de outubro saiam vários ônibus rumo a Curitiba para participar do Ato, na data de aniversário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) e, junto com vários outras entidades, como: o Partido da Causa operária (PCO), do PT, movimento estudantil, colmo a Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) e outros, professores, trabalhadores dos Correios, metalúrgicos, etc..
Ao chegarmos, no início da manhã em Curitiba, víamos dezenas de caravanas chegando de várias cidades do país, outros grupos já haviam chegado e se concentraram no Parque Bacacheri e região próxima da superintendência da Polícia Federal, onde Lula está preso e, onde também tinham outra concentração de manifestantes, saudando o com o tradicional “bom dia, presidente Lula”.
Na parte da manhã ocorreu a passeata, por volta das 9h30, tendo sua saída do parque Bacacheri com centenas de faixas e bandeiras do PCO, do PT, de movimentos sociais como o MST e a FNL. Ao longo do percurso mais caravanas e se somaram à passeata concentrando um público de cerca de duas mil pessoas…
Foram várias intervenções no carro de som e palavras de ordem gritadas pela militância, realçavam os chamados pela liberdade do ex-presidente, o Fora Bolsonaro, inclusive o grito de guerra que se popularizou desde o carnaval “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c.”.
A adesão à passeata do povo Curitibano foi quase absoluto à passeata. Eram populares, motoristas de ônibus e demais transeuntes, todos solidários à manifestação.
Com cinco mil militantes nas atividades no dia 27, percebe-se que havia a possibilidade de que a atividade tivesse um número muito maior, duas, três ou quatro vezes, podendo chegar a 20 mil, não fosse o papel da esquerde de conter o movimento, secundarizando aquilo que é a principal luta, ou seja, a luta contra o golpe e, neste caso, da retirada da principal liderança, de Lula da cadeia, principalmente, diante de uma situação de explosão social na América Latina, contra os golpes de estado e a política de destruição desses países pelo imperialismo, como vem ocorrendo no Chile, Equador, Honduras, Argentina, em menor medida, Colômbia, Peru.
Essa contradição se expressou justamente na principal atividade que ocorreu durante todo o dia, a plenária nacional chamada pelo PCO e que contou com ativistas de mais de 100 comitês de todo o País. Durante duas horas a militância discutiu a importância do dia 27 e quais os próximos passos que devem ser dados pelo movimento de luta contra o golpe e pela liberdade de Lula
Entre críticas feitas por militantes do PT ao pouco empenho da direção do Partido em construir o ato em Curitiba – outros partidos da esquerda, nem falar, pois foram nulos – em levar milhares de caravaneiros para esse que foi, sem dúvida nenhuma o principal ato pela liberdade do ex-presidente desde a sua prisão, até a necessidade de se construir a greve geral foram à tônica da participação ativa da militância no debate amplamente democrático realizado.
Ao final da plenária, foi aprovado por unanimidade, por proposta dos militantes do PCO, a imediata realização da II Conferência Nacional Aberta dos Comitês de Luta Contra o Golpe, com uma pauta centrada em torno das campanhas pela Liberdade de Lula, pelo Fora Bolsonaro, por eleições gerais com Lula candidato e por uma constituinte popular livre e soberana, em uma campanha que só pode se dar nas ruas, que não há nenhum termo de conciliação com o regime golpista.
Os trabalhadores nas indústrias de carne, derivados e do frio considera de fundamental importância se juntar a esta luta, pois ela só terá êxito através do esforço dos trabalhadores, bem como o conjunto da população explorada.