Num evento do banco Santander, em São Paulo, no meio de afirmações de que “a economia vai como planejado” e “o governo tem tido apoio nas pautas econômicas (como a reforma da previdência)”, o ministro da economia Paulo Guedes afirmou que poderia sair da Mercosul caso Alberto Fernandéz, que tem como vice-presidenta Cristina Kirchner, ganhe as eleições na Argentina:
E se a Kirchner quiser fechar (o Mercosul para acordos externos)? Se quiser fechar, a gente sai do Mercosul. E se quiser abrir? Então vou dizer ‘bem-vinda moça, senta aí’
Guedes também afirmou que “Eu quero vender todas (as empresas estatais), eu sei que não funciona assim, mas meu trabalho é tentar vender todas.”, reafirmando seu caráter neoliberal.
Bolsonaro, sem perder tempo, se pronunciou apoiando Guedes:
O atual candidato que está na frente na Argentina, que tem vice a Cristina Kirchner, ele já esteve visitando o Lula, já falou que é uma injustiça o Lula estar preso, já falou que quer rever o Mercosul. Então o Paulo Guedes, perfeitamente afinado comigo, por telepatia, já falou: se criar problema, o Brasil sai do Mercosul. E está avalizado, não tem problema nenhum.
Tal ato é uma chantagem terrorista de Paulo Guedes e Bolsonaro, mais uma vez servindo de porta-vozes do imperialismo nas eleições argentinas. Não existe ameaça dos kirchneristas de travarem o Mercosul, até porque Alberto Fernández é um esquerdista extremamente capitulador e já sinalizou que não vai peitar o mercado financeiro. Apesar disso, o imperialismo prefere Macri no governo novamente, uma vez que ele é o grande fantoche que está entregando a Argentina para os capitalistas internacionais, assim como Guedes e Bolsonaro estão fazendo com o Brasil.