Sempre justiceira, a direita fascista que ocupa a Assembleia Legislativa de SP resolveu instaurar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre as universidades. Os alvos são as 3 maiores universidades públicas do Estado – USP, Unicamp e UNESP. Ela é presidida por seu propositor – Wellington Moura, do PRB. Apesar do pretexto de investigar as contas públicas destas instituições, Moura reconheceu que seu objetivo também seria o de combater o “aparelhamento ideológico” – em outras palavras, reprimir os acadêmicos que se oponham ao regime de Bolsonaro. Um objetivo explicitamente fascista.
Enquanto os deputados de esquerda fazem seus discursos, os integrantes da CPI inserem na “investigação” a pauta da privatização universitária. Por meio, obviamente, das “aproximações sucessivas”, a CPI já tirou uma “sugestão imediata” de que as universidades devem cobrar mensalidades “dos estudantes que possam pagar”. Não se falou em cálculos sobre este assunto. Um dos defensores da proposta é Daniel José, do Partido Novo. O argumento do deputado é que 75% dos estudantes universitários são egressos de cursinhos particulares – portanto, podem pagar.
Assim avança o regime, em sua política de privatizar e extorquir o máximo de riqueza da população, e reprimir as oposições que surgem deste estado de coisas. Não se deve esperar reação agressiva da maior parte dos professores e, muito menos, da burocracia universitária das reitorias. Os setores diretamente interessados e mais prejudicados com estes ataques são o estudantes, e é desta base que poderá surgir a força combativa e as frentes de luta contra Bolsonaro e o conjunto golpista.