Embora seja um instrumento fundamental para os grandes capitalistas, a extrema-direita costuma gerar também muitas dores de cabeça. Por este motivo os capitalistas procuram controlar esta direita raivosa, como temos visto no Brasil com Bolsonaro e nos Estados Unidos de Trump. Outro caso desta natureza é o de Matteo Salvini, da Liga, eleito recentemente na Itália e cujo partido se destacou nas últimas eleições europeias.
A política da burguesia costuma ser tentar colocar esta direita na linha, uma vez que eles assumam o poder. Entretanto, no caso brasileiro, a burguesia busca sustentar o governo Bolsonaro. Já no caso de Salvini, ao que parece a política é outra. O imperialismo está em uma empreitada para substituir Salvini pelo Partido Democrata italiano, mais sintonizado com as suas orientações. É uma situação parecida com a que Trump enfrentava há até pouco tempo.
A similaridade entre os casos de Salvini e, anteriormente o de Trump é visível. Em ambos os casos, a grande imprensa capitalista os acusou de terem sido eleitos com o auxílio de Putin. Quer dizer, o setor que mais influencia e controla eleições pelo mundo afora, o imperialismo, acusa um país capitalista de menor importância como a Rússia pelos seus próprios crimes. Salvini e a Liga são hoje um dos setores da extrema-direita mais fortes da Europa e representam um risco para a manutenção dos regimes políticos de todo o continente e inclusive do mundo.