Durante coletiva de imprensa em Genebra, Suíça, o porta-voz do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville, criticou as autoridades russas por reprimirem protesto no último final de semana contra a não autorização de 57 candidatos a participarem das eleições municipais de Moscou.
De acordo com a imprensa internacional, mais de 1.400 manifestantes foram presos e por volta de 70 ficaram feridos.
“Estamos preocupados que a polícia russa aparentemente tenha usado força excessiva contra os manifestantes de sábado no centro de Moscou”, disse o funcionário da ONU. “O uso da força pela polícia, na Rússia e em outros lugares, deve sempre ser proporcional à ameaça, se houver, e apenas como último recurso”, completou.
O governo da França também protestou contra a repressão na Rússia, especificamente no caso da nova detenção de Alexei Navalny, opositor a Vladimir Putin e agente do imperialismo no país eurasiático. “A França pede a sua rápida liberação e expressa sua profunda preocupação com estes desenvolvimentos recentes”, expressou o Ministério das Relações Exteriores francês em um comunicado. “A Rússia é membro do Conselho da Europa e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e deve, como todos os seus Estados membros, respeitar os compromissos que assumiu neste contexto, em particular no que diz respeito à liberdade de opinião, expressão, demonstração e participação em eleições livres.”
A França, porém, não tem autoridade nenhuma para criticar o governo russo por reprimir manifestações. Desde o final do ano passado, milhares de ativistas foram presos pela polícia francesa e centenas ficaram feridos por participarem de protestos dos coletes amarelos. Algumas pessoas, inclusive, já morreram devido à reação da polícia nos protestos na França.
Nos primeiro quatro dias de protesto dos coletes amarelos, entre 17 de novembro e 8 de dezembro do ano passado, cerca de 2.500 pessoas foram detidas pela polícia francesa e quase 1.000 ficaram feridas. De lá para cá, já são mais de 10 mil detidos pelas autoridades francesas por protestarem contra o governo.
Entretanto, a ONU nunca denunciou a gigantesca repressão do governo francês, porque a França é um dos países imperialistas que controlam esse órgão. Por sua vez, a Rússia, um dos países mais atacados pelos países imperialistas, frequentemente é vítima de críticas da ONU, demonstrando o caráter político abertamente pró-imperialista da entidade.