A mobilização de 15 de maio, que levou mais de um milhão de pessoas às ruas, transformou-se, superando o limitado escopo reivindicativo por revogação de medidas do governo, em uma gigantesca manifestação democrática que expressou o desejo das amplas massas populares em derrubar o governo do fascista Jair Bolsonaro. O fora Bolsonaro, mais do que qualquer outra palavra de ordem, posto compreende todas as outras, foi o que unificou a classe trabalhadora e suas organizações, os movimentos sociais da cidade e do campo, os estudantes e professores dentre diversos setores oprimidos.
Essa manifestação deu o pontapé inicial para a constituição daquilo que pode vir a ser um dos maiores movimentos democráticos da história do país, um movimento que unifique nas ruas os setores oprimidos, explorados, a esquerda os setores progressistas e democráticos contra o governo ilegítimo e criminoso do fascista Jair Bolsonaro, o que significa dizer, contra o golpe de Estado e seu desfecho.
Neste movimento democrático amplo, a participação da população negra; do movimento negro adquire um papel fundamental. A luta democrática e histórica do povo negro pela integração social total e em pé de igualdade na sociedade, pelo fim da opressão racial e de seus reflexos como o racismo, sofreu com o golpe e principalmente com a subida extrema-direita ao poder, uma grande debacle.
O governo de Jair Bolsonaro, levado ao poder pela burguesia golpista por meio de uma fraude eleitoral, é um governo abertamente racista. A maior parte do ônus de sua política neocolonial, que privilegia os interesses do imperialismo contra os interesses nacionais, recai violentamente sobre da população negra, como requer o plano dos golpistas. A política neoliberal desta camarilha que usurpou o poder trouxe novamente a miséria, a fome, um índice elevadíssimos de desemprego, está levando o país a recessão, estamos próximos de uma situação desesperadora.
Todos esses resultados somados ao aumento exponencial da violência do Estado contra essa população, querendo inclusive legalizar para ampliar o genocídio contra o povo negro via projeto “anti-crime”, aprofundam sobremaneira a opressão racial – destrói o pequeno avanço social e econômico do povo negro conquistado recentemente, bem como pretendem lançar, em um futuro muito breve, as massas negras, maioria da população brasileira, em um situação desoladora, impondo a estes todo o peso da crise econômica e do saque ao país promovido pelos donos do governo, os EUA.
Todas as aspirações democráticas da população negra encontram-se totalmente bloqueadas pela extrema-direita no poder. O fim da opressão racial nesse momento passa necessariamente pela derrubada do governo do racista e fascista Jair Bolsonaro. Não há espaço também para tipo de com o Bolsonarismo ou com o Congresso golpista, pois nesse ponto ambos comungam da mesma orientação: aumentar a opressão racial.
O movimento negro deve abandonar as ilusões, os que ainda as tem, neste regime político dominado pelo golpistas. É hora de se unificar nas ruas com as reivindicações democráticas específicas do povo negro com as demais reivindicações dos trabalhadores, estudantes e demais setores oprimidos. Nesse momento é o fora Bolsonaro, acrescido se uma solução positiva, a saber: eleições gerais com Lula candidato, que deve ser o centro do movimento.
O segundo ato já foi marcado pela União Nacional dos Estudantes e diversas entidades estudantis. Assim como foi primeiro, este ato deve ultrapassar a reivindicação parcial e tornar-se um novo ato de um amplo movimento democrático contra o governo reacionário. O movimento negro tem um papel fundamental neste ato, comparecendo com suas bandeiras e reivindicações numa grande demonstração de força da unificação popular para derrubar governo.
O ato será no dia 30 de maio, em São Paulo ocorrerá no Largo da Batata a partir das 16 horas.