Em levantamento feito no último domingo, a Folha de S. Paulo revelou que a maioria dos 62 presos mortos no massacre acontecido no último dia 29, no interior do Pará, é negra.
A pesquisa, que utiliza dados cedidos pela Superintendência Estadual do Sistema Penitenciário (Susipe), mostrou que 76% dos mortos no acontecido são negros, tendo a maioria menos de 35 anos.
Outro detalhe interessante é que quase metade dos mortos não teve condenação, estando, até então, presos provisoriamente.
Os dados do massacre no Pará não contrastam com as estatísticas do sistema penitenciário brasileiro: mais de 64% da população carcerária é preta; 74% dos presos têm menos de 34 anos; 90% do sistema não teve acesso à educação.
Por sua vez, as estatísticas do sistema prisional – e do massacre no Pará – escancaram um sistema racista e genocida. Os planos da burguesia são estabelecer um regime de miséria e violência contra a população negra, encarcerando-a sem, ao menos, julgá-la; isto quando a própria Polícia não assassina os negros.
Os negros são o setor da população que, apesar de ser maioria, mais sofre com os ataques da direita: são induzidos pela burguesia a não ter empregos, a não ter acesso à educação, além de serem caçados pela Polícia Militar nas ruas e pelo Judiciário.
Diante disso, pela própria sobrevivência, o movimento dos negros deve se unir em comitês de defesa e engrossar a mobilização contra a direita, contra o fascismo e seus ataques.