O jornal dos banqueiros internacionais, Financial Times, apontou o ministro da Justiça Sérgio Moro como uma das 50 personalidades da década. Em uma clara campanha em favor do ex-juiz fascista que condenou sem provas e prendeu, como parte da criminosa operação lava jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O próprio jornal reconhece ser esse o maior dos feitos de Moro, ao destacar que “a investigação sobre pagamentos de propina do grupo da construção Odebrecht levou à prisão do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e indiciou outros quatro ex-presidentes ou então presidentes do Peru — um deles se matou com um tiro antes que a polícia pudesse prendê-lo”, comemorando que a ação criminosa de Moro serviu aos interesses do imperialismo em diversos países da América Latina e abriu a possibilidade do domínio do continente por governos golpistas e/ou liberais de direita, mesmo sem o apoio popular.
A inclusão de Moro na Lista de “personalidades da década”, além de se tratar de um reconhecimento por serviços prestados é, evidentemente uma campanha em seu favor, o que o próprio órgão não esconde ao assinalar na conclusão damatéria que anuncia o fato que “no ano passado, o Sr. Moro se tornou ministro da Justiça no governo do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro — um movimento em direção à política que colocou em dúvida sua independência como juiz, mas que pode tê-lo colocado na corrida pela Presidência”. Deixando evidente que o juiz-criado do imperialismo pode ser usado em outras “missões” pelo imperialismo caso haja condições, uma vez que está afinado com os interesses do grande capital internacional de destruição da economia brasileira, de promoção do brutal retrocesso que os golpistas vêm impondo nas condições já precisarias de vida da imensa maioria da população e e na adoção de um regime ditatorial de cassação dos direitos democráticos dos explorados e das suas organizações.
O destaque dado aMoro também evidencia, uma vez mais, que a “campanha contra a corrupção”, apoiada e realizada pelas maiores máfias da política burguesa do País (algumas das quais , agora, procuram se “reciclar”, se apresentando como “progressistas”) é uma política imperialista, à serviço dos interesses dos banqueiros e grandes monopólios internacionais.
O fato ocorre também ao final de um ano em que o governo ilegítimo de Bolsonaro e o próprio Moro passaram por uma intensa desmoralização e crescente rejeição popular, surgindo como uma tentativa de distanciar o ex-juiz que foi “pago”com o cargo de ministro da Justiça e com a promessa publica de uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal, da própria figura de Bolsonaro que cuja rejeição é destacada até mesmo nas super manipuladas pesquisas de opinião encomendadas, realizadas e divulgadas por instituições golpistas que apoiaram (diante da falta de outra alternativa) sua “vitória” eleitoral, com o voto de pouco mais de um terço do eleitorado brasileiro.
O posicionamento da imprensa imperialista e do imperialismo de conjunto em defesa dos seus capachos, como Moro e Bolsonaro, evidenciam a importância de iniciar o ano de 2020 com uma intensa campanha para colocar abaixo o governo ilegítimo do capitão e de todos os golpistas, para impedir o aprofundamento da política de destruição do Brasil e do seu povo em favor dos interesses de um punhados de tubarões do mercado financeiro mundial.