Nesta semana, indígenas da etnia Tupinambá de Olivença descobriram um plano para assassinar uma das principais lideranças indígenas do país e seus familiares. O plano descoberto foi denunciado pelo Cacique Babau ao Governo do Estado da Bahia e ao Ministério Público Federal (MPF).
Segundo Babau, latifundiários e policiais militares e civis, estão organizando um plano de assassinatos que estavam sendo planejados em reuniões na cidade de Itabuna (região Sul da Bahia). As denúncias são cheias de detalhes e com o modus operandi da Polícia Militar, de incriminar falsamente os indígenas através de acusações de tráfico de drogas e “suposta” troca de tiros para assassinar o cacique e seus familiares. Tudo isso ocorreria em blitz organizadas pela PM e denunciadas na imprensa golpista.
Após a descoberta, os indígenas coletaram imagens de câmeras de segurança e descobriram que uma sobrinha do Cacique Babau foi perseguida por um carro com placas de Salvador. Uma testemunha em denúncia ao MPF afirmou que o grupo de policiais e latifundiários estavam aproveitando “a atual conjuntura nacional (em que o presidente eleito [Jair Bolsonaro] faz discurso de ódio contra índios e outros povos tradicionais); é o melhor momento para eliminar Babau de vez, ou eliminar inicialmente seus familiares para desestabilizá-lo”.
Babau é um dos responsáveis pelo processo de demarcação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, nos municípios de Itabuna, Ilhéus e Buerarema. Há anos os latifundiários tentam de todas as formas de assassinar Babau ou tentar prendê-lo. A direita dentro dos governos Estadual e Federal mobilizaram as forças de repressão do Estado para atacar os indígenas, cuja terra foi palco de dezenas de assassinatos de indígenas e ocupada diversas vezes pela Polícia Federal, Força Nacional de Segurança e até pelo Exército Brasileiro, com a aplicação da GLO (Garantia da Lei e da Ordem).
Após a vitória de Bolsonaro em eleições fraudadas, a extrema-direita está se sentindo a vontade para atacar os movimentos sociais. Na Bahia, as declarações bolsonaristas do governador Rui Costa (PT) está estimulando os policiais militares e seus grupos de extermínio a realizarem as maiores atrocidades contra a população e lideranças de movimentos sociais. Nesse caso fica escancarada a perseguição da PM de Rui Costa e que não há nenhuma providência para proteger os indígenas e suas lideranças ameaçadas.
Essa situação tende a se agravar com as medidas do governo Bolsonaro, mas principalmente na Bahia em concordância do governador baiano concordar e apoiar o plano da extrema-direita no suposto combate ao crime que na verdade é uma licença para matar para policiais através da liberação de uma política de extermínio do povo.
Diante desses fatos, não há como confiar no governo do Estado e muito menos nas forças policiais. A única forma de impedir a violência contra os indígenas é a autodefesa, ou seja, somente pode-se confiar nos próprios indígenas a segurança dessa comunidade indígena. Fica evidente a necessidade de criação de comitês de autodefesa para frear o avanço da política bolsonarista de Rui Costa de extermínio da população indígena e de intimidação de suas lideranças.