Nessa sexta-feira (19), o Irã apreendeu um petroleiro britânico que navegava no Estreito de Ormuz, no Golfo Pérsico, próximo à costa iraniana. O local é uma das principais travessias de navios petroleiros em todo o mundo.
O petroleiro Stena Impero, de bandeira britânica, cujo destino era a Arábia Saudita, foi retido “por não ter respeitado o código marítimo internacional”, declarou a Força Naval do Corpo de Guardas Revolucionários do Irã.
Em um primeiro momento, havia sido divulgado que um outro navio interceptado – o Mesdar – também seria britânico, mas o próprio Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido disse que ele tem a bandeira da Libéria. Mesmo assim, pouco depois o Irã liberou o navio africano.
De acordo com a agência de notícias iraniana IRNA, o mecanismo de rastreamento do petroleiro britânico foi desligado e a Guarda Revolucionária advertiu sobre as suas irregularidades, o que foi ignorado. Por isso, a apreensão.
O ministro do Exterior do Reino Unido, Jeremy Hunt, declarou cinicamente que “essas apreensões são inaceitáveis. É essencial que a liberdade de navegação seja mantida e que todos os navios possam circular com segurança e liberdade na região”.
No entanto, essa liberdade não vale para o Irã. No último dia 4, um petroleiro iraniano sofreu uma apreensão semelhante, no Estreito de Gibraltar – colônia britânica na fronteira da Espanha com o Marrocos. A desculpa esfarrapada era de contrabando de petróleo para a Síria, o que estaria violando as sanções da União Europeia contra Damasco. Assim, o imperialismo implementou um ataque só contra dois inimigos.
Dois dias depois disso, um navio de guerra da marinha britânica confrontou três navios iranianos em Ormuz, uma clara sinalização ameaçadora por parte de Londres, nas barbas do Irã, representando um sério perigo a sua soberania, mesmo que estando supostamente em águas internacionais.
Na quinta-feira, foi a vez de os Estados Unidos ameaçarem o Irã. Seis embarcações norte-americanas, incluindo o navio de assalto anfíbio USS Boxer, adentraram o Estreito de Ormuz. Para proteger seu território, como qualquer país faz, o Irã enviou um drone a fim de monitorar as atividades dos navios dos EUA. Washington, então, diz ter abatido o drone, o que seria um claro ataque ao Irã. Entretanto, o país persa nega que o drone tenha sido atacado, afirmando que não passa de uma propaganda norte-americana para assustar e demonstrar superioridade militar.
De qualquer forma, as ações dos EUA e do Reino Unido são provocações e mesmo agressões contra o Irã, muito próximas ao seu território. Essa escalada de ameaças está inserida na política de pressão contra Teerã devido ao aumento do nível do enriquecimento de urânio por parte dos iranianos, para o uso civil, mas que o imperialismo teme que seja também utilizado para a produção de armas nucleares – o que é um direito do Irã e que qualquer outro país, já que EUA, Reino Unido e outros países imperialistas e fantoches as possuem para garantir sua dominação.