O caso da invasão do território indígena Waiãpi, no Amapá, por garimpeiros, que resultou na morte de uma liderança indígena, o cacique Emyra Waiãpi, continua gerando grande repercussão. A imprensa Brasil de Fato ouviu algumas lideranças indígenas, que afirmam que o governo Bolsonaro dá carta branca para que latifundiários e garimpeiros, estimulados pela especulação agrária, invadam e assassinem indígenas.
Bolsonaro afirma que não há nenhum indício de que o cacique tenha sido assassinado, contudo, a liderança indígena foi encontrada morta no dia seguinte à invasão, com marcas de perfuração pelo corpo, além de ter outros indígenas confirmando que foi um assassinato. O assassinato no campo tem sido um pesadelo na vida dos índios, que diariamente sofrem ataques de capangas dos latifundiários e outros setores da exploração, que possuem interesses escusos nessas terras.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Kleber Karipuna, da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), afirma que esse assassinato vem em um momento de recrudescimento da violência, amparado pelo discurso de ódio do presidente golpista Bolsonaro, que chega nas áreas de conflito e inflama disputas antigas, acirrando a violência no campo com o aval do governo federal, autoridade máxima do País.
Bolsonaro, que defende a mineração em terras indígenas, prática ilegal por todo o País, dá carta branca ao assassinato de indígenas, indo ao encontro do discurso assassino dos latifundiários e mineradores, que se sentem no direito de praticar as invasões e violências que praticam, com o aval do presidente.
O presidente golpista é o maior inimigo dos indígenas e não esconde sua posição fascista sobre a preservação dessas terras e dessa população, como ele mesmo afirmou na sua campanha presidencial, os índios não teriam nem 1 centímetro de terra. Enquanto o governo fascista e assassino de Bolsonaro não for derrubado pela mobilização popular, esses assassinatos continuarão acontecendo e muito provavelmente ficarão impunes.