Ontem (17) aconteceu mais um dia de greve geral na França para protestar contra a reforma da Previdência do presidente neoliberal Emmanuel Macron. A paralisação dos transportes já dura quase duas semanas e ameaça atravessar o ano. Professores, médicos e outros funcionários públicos também estão se somando à greve. Em todo o país, pelo menos 1 milhão de pessoas protestaram contra a reforma de Macron. O ministério do Interior admitiu 615 mil pessoas protestando contra o governo em toda a França.
Um dia antes da greve geral, o movimento contra a reforma da Previdência derrubou o responsável por planejá-la. Jean-Paul Delevoye, alto-comissário que desenhou a reforma proposta pelo governo Macron, demitiu-se em meio a denúncias de conflito de interesses, por ele ser consultor de empresas que poderiam se beneficiar com as medidas.
Na França, apesar de toda a pressão das direções burocráticas e conservadoras das organizações, a classe operária é muito poderosa e politicamente organizada e consegue mais facilmente romper o dique de contenção das direções conciliadoras e empurrá-las para a esquerda. Somente as massivas e violentas mobilizações de rua e as greves operárias conseguem impedir um acordo político com o regime político que dê um fim nas mobilizações.
A crise na França é expressão da crise capitalista que se manifesta no mundo todo. Na América Latina, o que se observa são levantes generalizados das massas populares contra os governos neoliberais, caso da própria França.
O que impede que a mobilização evolua e instaure uma crise revolucionária no país é a política conservadora das direções dos movimentos operário e sindical e da esquerda francesa, que não colocam a palavra-de-ordem de Fora Macron e ficam se limitando a uma luta por reivindicação parcial, caso da “reforma” da Previdência.