Diante do cenário de crise política e econômica que o Brasil vem sofrendo, a classe trabalhadora é sempre a mais atingida e, em especial, as mulheres, que diariamente sofrem as duplas jornadas de trabalho. Recentemente, foram canceladas 1492 construções de creches públicas em todo o país, o que dificulta exponencialmente a vida da mulher no mercado de trabalho. Não somente, o repasse de verbas do governo federal para o programa Proinfancia atingiu o seu menor valor, desde 2009.
Quantas mulheres já não passaram o constrangimento de serem questionadas em entrevistas de emprego sobre seus filhos e sobre onde iriam deixá-los enquanto estivessem trabalhando? Infelizmente, essa é uma realidade que só vem piorando. A discussão sobre creches ultrapassa as fronteiras do tema educação, pois para além da falta de vagas e do direito da criança, há um enorme ataque aos direitos das mulheres.
A discussão sobre creches públicas está diretamente relacionada com a situação da mulher trabalhadora, que não tendo onde deixar seus filhos, acaba ficando fora do mercado de trabalho, dificultando assim seu crescimento profissional e intelectual. A extrema direita entende que a luta das mulheres numa visão classista pode muito bem prejudicar o sistema de exploração, sendo assim, procuram de todas as formas excluir as mulheres da vida profissional, a fim de deixá-las em casa com o único propósito de manutenção e reprodução de mão de obra, como se fosse dever das mulheres os encargos do lar.
Num país onde o direito ao aborto é negado, é totalmente compreensível que a extrema direita negue direitos básicos às mulheres, como no caso das creches públicas, pois claramente um dos pilares de sustentação do capitalismo é a exploração e escravização da mulher operária. Cabe à população não deixar de pressionar o governo e nem de denunciar esses ataques, deixando claro que é dever do Estado a manutenção e condições para que a população não seja privada de nenhuma esfera da sociedade e objetivando sempre o fim da exploração de classe.