Acabou. Não tem mais como enganar nem o mais entusiasmado dos coxinhas: o “super-Moro”, isto é, o juizeco de primeira instância que sentenciou o ex-presidente Lula à prisão em troca de um cargo no STF, se mostrou uma das fraudes mais escandalosas da última década.
Nessa semana, o portal The Intercept Brasil publicou uma série de reportagens com provas contundentes de que a prisão de Lula foi uma armação arquitetada pelo atual ministro da Justiça Sérgio Moro e pelo promotor Deltan Dallagnol. As reportagens contém uma série de mensagens trocadas entre o ministro e o procurador que comprovam que a Operação Lava Jato não é, nem nunca foi, uma operação minimamente imparcial.
Colaboração entre juiz e promotor
As mensagens divulgadas pelo portal The Intercept Brasil demonstraram claramente que Moro e Dallagnol, isto é, o juiz e o promotor da Operação Lava Jato, atuaram em conjunto. Isso é um crime, visto que a Constituição proíbe a colaboração entre o juiz e alguma das partes envolvidas – defesa ou acusação.
Se o juiz deve ser isento e imparcial, conforme assegurado pelas leis brasileiras, então a única interação entre o promotor e o juiz, bem como entre a defesa e o juiz, deverá se dar nos fóruns devidos. Caso contrário, o juiz não estará apreciando o caso de acordo com as provas apresentadas por ambas as partes, mas sim garantido que a sentença seja aquela que lhe interessa por questões alheias à Justiça.
A própria existência de um canal no aplicativo Telegram para a comunicação entre Dallagnol e Moro já aponta uma relação entre o Juízo e a Promotoria. No entanto, o conteúdo das mensagens escancara ainda mais a relação criminosa entre eles: não há apenas uma colaboração – Moro efetivamente orienta Dallagnol durante o processo.
As ordens de Moro
As diversas mensagens apresentadas pelo The Intercept Brasil mostram que Moro frequentemente orientava Dallagnol em torno do que fazer para que a Operação Lava Jato tivesse o efeito esperado. Em uma das conversas, Moro cobrou a Dallagnol que fossem realizadas mais prisões: “não é muito tempo sem operação?”.
Em 2017, quando o ex-presidente Lula foi depor pela primeira vez a Sérgio Moro, o juiz se irritou com Dallagnol ao tratar da possibilidade de adiar o depoimento: “que história é essa que vcs querem adiar? Vcs devem estar brincando. Não tem nulidade nenhuma, é só um monte de bobagem”.
A limpeza do Congresso
Em uma das conversas com Dallagnol, Moro deixa claro que suas intenções em relação à Operação Lava Jato são políticas. Em 2016, no dia de um “coxinhato”, Moro saiu comemorando a mobilização golpista contra o PT, defendendo uma “limpeza” no Congresso. Dias depois, Moro decidiu vazar áudios de conversas entre o ex-presidente Lula e a então presidenta Dilma Rousseff. As conversas divulgadas levaram ao STF, em um golpe do regime político, a cassar o direito de Lula ser indicado ministro.
Fora Bolsonaro e liberdade para Lula
As reportagens do portal The Intercept Brasil deixaram claro: o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe, a prisão de Lula foi outro golpe e a eleição de Bolsonaro foi uma fraude. Diante disso, é preciso levar adiante a mobilização existente contra a direita e levantar as palavras de ordem de “Fora Bolsonaro” e de “Liberdade para Lula”.