Esquerda pequeno-burguesa: uma retaguarda da política nacional

Apesar da intensa crise do governo, a maior parte da esquerda pequeno-burguesa se recusa em levantar a palavra de ordem Fora Bolsonaro. As desculpas são as mais variadas possíveis, porém uma das principais é que “não há correlação de forças, no momento, capaz de derrubar a coalizão bolsonarista e nem mesmo para o impeachment“ (Articulação de Esquerda – PT. Sobre a polêmica do impeachment e do Fora Bolsonaro). Portanto, “nem mesmo uma parcela significativa da classe trabalhadora (estamos falando de milhões) com disposição de travar nas ruas uma luta pela derrubada de Bolsonaro. Aliás, as pesquisas apontam um equilíbrio (de opinião) a respeito do governo”.

Desta forma, “colocarmos, a preços de hoje, no centro da tática o ‘Fora Bolsonaro’ ou ‘Impeachment’ é possivelmente caminharmos para a derrota (não teria êxito e não acumularia), gerando, assim, ilusão, desânimo, dispersão e confusão”.

É o que afirmam setores da esquerda pequeno-burguesa. Não podemos levantar o Fora Bolsonaro pois o povo ainda não aderiu à campanha. O raciocínio em si é torto, os membros da Articulação de Esquerda pensam de forma invertida; se precisamos esperar o povo levantar o Fora Bolsonaro, qual seria o papel de um partido político? Se o partido não tem como dever propor para o povo, fazer a campanha, de forma a ir aderindo pessoas, pra que ele serviria? O partido, naturalmente, é um setor dirigente das classes sociais. É assim com a burguesia, da mesma forma que é com a classe operária.

Portanto, se é preciso a classe operária levantar o Fora Bolsonaro para, só então, colocar em questão a palavra de ordem, a proposta da Articulação de Esquerda é só fazer campanha quando o povo estiver convencido, o que tornaria a campanha inútil. Mas pior ainda, esperar o povo despertar seria agir enquanto retaguarda do movimento político.

Isto é, enquanto a vanguarda, que vem do francês avant-garde, que é a parte da frente de um exército, estaria à frente (pelo próprio significado) da luta política, chamando a mobilização popular contra o governo, e sendo assim o setor mais consciente dos trabalhadores, a retaguarda é o contrário, são aqueles que esperam a situação política acontecer sem interferir durante o momento.

Essa é a posição da esquerda pequeno-burguesa. Devemos primeiro esperar a classe operária se convencer que é preciso derrubar Bolsonaro, para depois levantar a palavra de ordem. O problema é: como os operários irão se conscientizar sem uma campanha prévia? Quem irá apontar o caminho da luta política? Se os setores mais conscientes precisam ficar esperando calados, quem irá convencer e demonstrar que a necessidade do momento é derrubar Bolsonaro? É algo difícil de se entender, pois à medida que setores da classe trabalhadora, de forma divina (já que não tem campanha), forem adquirindo uma consciência política maior, deverão ficar calados à espera que seus outros companheiros também adquiram – de forma divina, mais uma vez.

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