Levantameto da Prefeitura de São Paulo revela pelo menos 1.425 imóveis ociosos e desocupados em São Paulo, já notificados, e outros 427 ainda em fase de vistoria. A imensa maioria em bairros centrais (mais da metade estão na Sé, por exemplo). Um terço deles pertence a pessoas físicas, e o restante, a incorporadoras, construtoras, imobiliárias e empresas em geral. Mas a ociosidade das construções na capital paulista é muito maior do que isso: quase 20 mil imóveis vazios só no bairro da Sé, e 293 mil no município inteiro.
Tratam-se de construções com potencial para abrigar centenas de milhares de pessoas. Isso facilmente reduziria a população de rua a zero, além de permitir que pessoas pobres, hoje vivendo em favelas em condições sub-humanas das periferias, pudessem residir próximo ao local de trabalho por exemplo. Os impactos diretos e indiretos do uso destes imóveis para habitações populares é incalculável, tanto para a saúde, segurança, mobilidade urbana, bem-estar entre outros. A situação é idêntica nas demais cidades grandes brasileiras.
Cabe lembrar que, por lei, a grande propriedade privada deve ter função social. Mas como vemos diariamente, a Constituição não se faz cumprir por si e acaba totalmente subvertida nas mãos do governo burguês. Portanto, é preciso lutar contra a propriedade privada dos grandes capitalistas, que submetem a população ao martírio para preservar seus interesses especulativos. Não podemos nos comover com o “direito” de um punhado de capitalistas manterem ociosas áreas importantíssimas no centro urbano de grandes cidades. Eles conseguirão viver muito bem sem estes prédios abandonados, que fazem falta a milhões de pessoas.