Na tarde/noite da última quinta-feira, dia 12 de dezembro, realizou-se em Brasília, no auditório do Sindsep, o I Encontro Anti-imperialista e de Solidariedade à Revolução Bolivariana, reunindo cerca de 110 ativistas, militantes de esquerda, jornalistas, dirigentes políticos e sindicais, representantes de movimentos e partidos e também dos países da América Latina, como Venezuela, Cuba, Colômbia, Peru e também da Palestina.
O evento foi uma iniciativa do Comitê General Abreu e Lima, fórum de entidades, partidos e ativistas que coordenam, no Distrito Federal, a luta em defesa da revolução bolivariana, desenvolvendo ações para ampliar e popularizar o debate sobre as questões mais palpitantes que permeiam a luta de classes no continente latino, particularmente neste momento em que grande parte da região se encontra convulsionada por levantes populares em vários países.
Os componentes das duas mesas de debate se ocuparam das questões mais importantes que hoje estão na ordem do dia no debate político, explorando os aspectos mais candentes da luta social de massas no continente, os levantes populares que ocorrem hoje em regiões da América Latina, no Haiti, na Nicarágua, no Chile, na Bolívia, no Equador, na Colômbia, incluindo a tensa situação vivenciada em Cuba e na Venezuela, onde o imperialismo ianque não só impõe sanções de ordem econômica a estes dois países, como são permanentes também as ameaças de intervenção militar contra os povos destas duas nações.
Por parte de todos os oradores, foram unânimes as críticas e os ataques ao imperialismo norte-americano, considerado a força política e militar que vem coordenando a ofensiva da direita e da extrema-direta em todo o continente, organizando golpes de Estado e outras manobras políticas para depor e derrubar os governos de perfil popular instalados em diversos países da região. Merece destaque a intervenção do representante da Venezuela, que enfatizou a necessidade de se organizar não só uma mobilização permanente para a defesa das conquistas do governo chavista, mas fundamentalmente a constituição de comitês populares de auto-defesa, com o armamento da população, como forma de garantir as conquistas sociais das massas, mas principalmente para a defesa do país frente às ameaças de agressão militar por parte do imperialismo estadounidense.
No que diz respeito às intervenções dos partidos e movimentos, estiveram presentes à mesa, representantes do PCO, PT, PCB, a recém legalizada Unidade Popular, o MTST, o Comitê Lula Livre, a Central de Movimentos Populares e a Frente Nacional de Luta (FNL). Merece destaque a intervenção do companheiro Renan Rosa de Arruda, representante do PCO, que colocou em relevo a luta dos povos das Américas, salientando a necessidade de colocar como estratégia a luta por uma alternativa própria de poder dos trabalhadores, em oposição às reivindicações parciais defendias por setores da esquerda reformista latino-americana. Salientou também a política equivocada e de derrotas da esquerda do continente, que vêem nas eleições o momento decisivo na luta contra a burguesia, a extrema-direita e o imperialismo, ressaltando os processos ocorridos recentemente nas eleições bolivianas e também no Brasil, em 2018, onde a burguesia, com uma varável de manobras, não só manipulou como fraudou a vontade popular, não aceitando a vitória da esquerda, como foi o caso da Bolívia.
Por fim, o companheiro Renan Arruda, do PCO, fez um amplo chamado para que todos participem da 2ª Conferência Nacional dos Comitês de Luta Contra o Golpe, que se realizará em São Paulo, nos dias 14 e 15 de dezembro, momento em que todas as mais importantes questões que permeiam a luta de classes no Brasil e no continente latino estarão em debate. A tarefa mais importante desta 2ª Conferência será a elaboração, a partir do debate e da discussão que se processará nos dois dias, será a elaboração de um plano de lutas que possa orientar a luta das massas no próximo período, onde a palavra de ordem central é a campanha pelo “Fora Bolsonaro”; pela realização de novas eleições; anulação de todos os processos contra o ex-presidente Lula, assegurando à liderança petista a condição de candidato nas eleições.