Um jornal de Sorocaba (SP) denuncia o estado de abandono em que a cultura é deixada por parte dos seus governantes. Para 2020, Prefeitura e Câmara de Vereadores aprovaram um corte de recursos para a Secretaria da Cultura de 17% em relação a 2019. De 2018 para 2019, este orçamento já havia sofrido um corte de aproximadamente 15%. Estes cortes são ainda maior se adicionarmos a inflação dos respectivos períodos.
O montante destinado para a Cultura fica, assim, abaixo do patamar mínimo, que exige da Prefeitura direcionar, pelo menos, 1% do orçamento para a Cultura. O corte também foi proporcionalmente maior do que a queda de arrecadação do município – que ficou em cerca de 10%, aproximadamente R$ 20 milhões, do ano passado para este, ou cerca de 10%.
Esta não é uma particularidade de Sorocaba, mas a situação de abandono que atinge a cultura em todo o país. É um verdadeiro retrocesso, onde a população cresce mas a destinação de recursos é cada vez menor. O fomento à cultura tende a ser abandonado antes dos demais, nas políticas neoliberais, pois envolve arte e expressão, setores com forte potencial de politização e organização popular. São setores odiados por regimes ultra-reacionários como os bolsonaristas.