O empresário que atropelou e assassinou a diarista Audenilce Bernardina dos Santos, de 65 anos, teve sua liberdade provisória concedida pela Justiça nesta terça-feira (31). Segundo o relator do caso, seria inviável manter o empresário preso com um mandado de prisão temporária. Na verdade, o que é inviável nesse caso é um burguês mimado e sem limites atropelar e matar uma mulher trabalhadora que voltava do trabalho, lembrando que o empresário avançou em alta velocidade no farol vermelho, como comprovam as câmeras de trânsito e uma testemunha que estava no local.
Em 2014, o mesmo empresário havia atropelado e matado também outro trabalhador, um motoboy, que morreu devido aos ferimentos. Na época, o empresário estava dirigindo um Mustang e sua sentença, que saiu somente em 2018, ficou em 2 anos e 8 meses, dando a ele a possibilidade de prestar serviço comunitário, para completar o absurdo. Com essa sentença, ele também ficaria impedido de dirigir pelo mesmo tempo da pena, ou seja, ele já estava errado só de sair dirigindo no meio da sentença.
Agora, solto novamente, ele se sente no direito de sair atropelando quem quiser com seus carros de luxo, pois sabe que a justiça burguesa está do seu lado e que esses crimes não terão consequências, afinal, ele tem dinheiro suficiente e a justiça burguesa está ao lado desses que o tem. Ainda na ocasião do atropelamento que matou a diarista, uma testemunha que estava no local disse que ele chegou a descer do carro, mas quando percebeu a gravidade da situação, saiu em alta velocidade, sem prestar socorro, o que piora tudo.
A burguesia não possui nenhum senso de certo e errado quando se trata da classe trabalhadora, que para eles são facilmente substituídos por outros trabalhadores, como se a população pobre tivesse que servir às classes dominantes a qualquer custo. O que acontece agora é que o empresário coxinha ficará solto e a vida que ele tirou provavelmente valerá apenas uma prestação de serviço comunitário, como aconteceu com o atropelamento e morte que ele causou do motoboy em 2014.