Em sua primeira manifestação do ano, o movimento dos Coletes Amarelos saiu às ruas em diversas regiões da França neste sábado, dia 05, e reuniu dezenas de milhares de pessoas em torno do VIII Ato contra a política neoliberal e destrutiva do Presidente francês Emmanuel Macron.
O número de manifestantes revela que o movimento continua avançando e isto tem preocupado as autoridades francesas pela agressividade e pelo enfrentamento dos atuantes contra a polícia. Foram registrados queimas de barcos, carros, motocicletas e latas de lixos, além de atentados contra prédios públicos estratégicos, como prefeituras e outras instituições. Houve ainda o levantamento de barricadas em alguns pontos do país. Os representantes dos Coletes Amarelos são constantemente ameaçados de prisão.
Em carta aberta ao presidente, o coletivo “França em Cólera” indicou que “A raiva vai se transformar em ódio se você continuar no seu pedestal, você e aqueles que como você consideram o povo como mendigos, desdentados”, em clara demonstração de enfrentamento político.
Os motivos da revolta popular são os mesmos que temos aos montes aqui no Brasil: cortes nos programas sociais, privatização de serviços públicos, diminuição do poder de compra da população, aumento do preço dos combustíveis, dentre outros, e milhares de manifestantes já demonstram, através de faixas e pichações, que o caminho certo a ser seguido é reivindicar a derrubada do governo neoliberal de Macron.
Concessões pontuais, como suspensão do aumento do combustível e aumento no salário mínimo, não são solução para os problemas reais da população, e os franceses já entenderam isto. Por esta razão, continuam nas ruas lutando por melhores condições de vida. Os atos servem para mostrar aos brasileiros que somente grandes mobilizações de massa são capazes de enfrentar as políticas de austeridade destes governos fajutos, que só servem para empobrecer os trabalhadores e entregar as riquezas do país ao capital financeiro internacional.
Lá, eles exigem o “Fora Macron”, aqui temos motivos o suficiente para exigir o “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”.