As festas de Carnaval transformaram-se numa grande mobilização nacional contra o governo Bolsonaro e o golpe de Estado. De norte a sul do país, as festividades de rua expressaram os sentimentos de indignação e revolta. Nas capitais dos Estados, como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), ouviram-se gritos de repúdio e sátiras generalizadas contra Bolsonaro, Sérgio Moro, os esquemas de candidaturas laranjas do PSL, a Reforma da Previdência, assim como gritos e blocos “Lula Livre”. Manifestações ocorreram também em cidades do interior dos Estados, como Olinda (PE), São José dos Campos (SP), Araraquara (SP), São Carlos (SP).
A esquerda pequeno-burguesa (PSOL, PSTU, a direita do PT), que aceitou o golpe de Estado e participou da fraude eleitoral, alegava que não se deveria chamar o Fora Bolsonaro, pois ele havia sido “eleito” pela maioria do povo e, por isso, contava com seu apoio. Acreditavam que o Carnaval era só mais um instrumento da burguesia para desviar o foco do povo dos problemas do país. Pensam assim também do futebol. Nenhuma manifestação ocorreria, uma vez que o povo estaria entorpecido pelo clima festivo e desligado dos problemas do país.
A cegueira política e a política sectária e oportunista da esquerda pequeno-burguesa ficaram ainda mais cristalinas. É quase impossível não ver. Diferentemente do que imaginavam, o Carnaval, a principal festa popular do país, que aglomera amplos setores da sociedade, evidenciou a profunda evolução da consciência das massas. O sentimento, o espírito do momento, foi expresso nas manifestações generalizadas pelo país. Não é possível aglomerar o povo sem que este expresse seu ódio natural à extrema-direita bolsonarista. A burguesia mostrou ter bastante consciência do perigo do povo nas ruas, e, por isso, tentou interditar, reprimir e censurar o Carnaval, mas sem sucesso.
A esquerda deve aproveitar o sentimento popular de ódio e revolta e convocar uma ampla campanha de mobilização pelo Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula. Se havia dúvidas sobre a disposição de luta das massas, o Carnaval dissipou-as. É a hora de derrotar a direita – em crise -, seu governo e o regime político golpista.
Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
Liberdade para Lula!