O avanço do projeto de transformar o futebol do Botafogo em clube empresa recentemente foi aprovado por seu conselho deliberativo. Recentemente os responsáveis por essa mudança se reuniram apresentando suas propostas para confirmar essa transformação.
Um material sem muitas novidades porém recheado de palavras bonitas sem explicitar o que e como se dará esse processo, algo muito comum quando chega uma nova gestão a um clube. Chama a atenção que os dirigentes utilizaram dados que anteriormente foram negados, como a mentira de que a dívida do clube estivesse próxima de 1 bilhão de reais.
Na verdade, de 2014 a 2019, a dívida do clube até diminuiu. No entanto, uma vez estabelecida a mentira de 1 bilhão de reais como dívida do clube, até mesmo parte da torcida reticente talvez tenha abraçado o projeto auto promovido como a solução dos problemas do clube. Algo muito semelhante aos governos liberais que vendem a ideia de estado mínimo como solução de problemas gerados pelo próprio liberalismo (e no fim só aprofundam os problemas).
Chama a atenção que o projeto até agora não apresentou nomes que realmente vão administrar o clube a partir dessa mudança. Enquanto vendia-se a ideia de que os banqueiros Moreira Salles dirigiriam o clube e até mesmo apresentou-se a ideia inocente de que os mesmos agiriam como uma caricatura de ricaço excêntrico que tira dinheiro do próprio bolso para investir em hobbies de seu gosto, os mesmos não só se distanciaram do projeto, como aliás isso nunca aconteceria, pois são banqueiros.
O que se encontra em campo é tão somente o interesse de tornar o futebol num bem cada vez mais distante dos torcedores, onde um grupo ou uma pessoa passa a ser dona de toda uma estrutura com ativos incalculáveis da torcida. A solução para a crise nos clubes de futebol passa obrigatoriamente pela proximidade do clube com sua torcida.