O presidente da Bolívia Evo Morales (MAS), chantageado pelas Forças Armadas, anunciou sua renúncia ao cargo neste domingo (10), marcando, assim, mais um golpe militar na América Latina. Desde que Morales disputou as últimas eleições em 20 de Outubro e venceu o candidato apoiado pela extrema-direita e pelo imperialismo, o neoliberal Carlos Mesa, a Bolívia tem sido sofrido seguidas tentativas de golpe de Estado.
Áudios divulgados pelo jornal boliviano El Periódico revelam o envolvimento do governo Jair Bolsonaro nas articulações golpistas contra o presidente Evo Morales. O chanceler fascista Ernesto Araújo tem estado em contato com líderes da oposição fascista como Luis Fernando Camacho, do Partido Comitê Cívico, a mesma agremiação do segundo colocado nas eleições.
A articulação golpista, de acordo com os áudios, conta com destacada participação dos Estados Unidos e seu satélite Israel, que patrocinam grupos fascistas para agir no intuito de desestabilizar o país. Um dos estrategistas da oposição cita a importância da organização da direita por dentro das igrejas evangélicas, e cita o Brasil como um exemplo a ser seguido, onde a direita utiliza as igrejas para atuar politicamente.
Em um áudio, os líderes da oposição Jaime Antonio Alarcón Daza, Iván Arias e outros membros do Comitê Cívico falam sobre as medidas que visam manipular a opinião pública sobre as eleições, no sentido de difundir a ideia de que a vitória de Morales foi fraudada. É citado, mais uma vez, a participação da União Europeia, da Embaixada dos Estados Unidos e de igrejas evangélicas.
É importante destacar que os fascistas passaram a queimar casas de lideranças políticas e ameaçar as pessoas nas ruas, implementando uma política de terror como forma de executar os planos de golpe de Estado. A irmã do presidente Evo Morales teve a casa queimada na cidade de Oruro, bem como foram queimadas as casas dos governadores de Oruro e Chuquisaca. Evo Morales denunciou que estava em marcha um golpe fascista.
O imperialismo, com a colaboração de seu capacho Jair Bolsonaro, busca avançar na política de golpes de Estado e imposição de governos neoliberais e regimes de força, isto é, ditaduras militares. Os movimentos populares devem reagir e ocupar as ruas contra os golpistas, que pretendem entregar o país ao controle do imperialismo.