Aos poucos, o governo fascista de Jair Bolsonaro vem criando um clima de verdadeira ditadura na sociedade. Esse é o caso do que vem acontecendo com a Agência Nacional de Cinema, a Ancine, que está passando por um processo de “evangelização”, onde a censura está tirando toda a sua autonomia e sentido de existência. A Ancine, que deveria ter um caráter independente, e apoiar através de financiamentos filmes brasileiros, agora capitula diante das manobras do governo bolsonarista.
A Agência Nacional de Cinema havia aprovado a “concessão de apoio financeiro” para viabilizar a participação de dois filmes nacionais no Festival Internacional de Cinema Querr, em Lisboa, contudo, agora, a Agência voltou atrás e mudou de ideia, rescindindo ao termo de permissão que dava uma ajuda de custo de R$ 4,6 mil para cada um dos produtores dos dois filmes “Greta” e “Negrum3”.
Essa atitude da “nova” Ancine vai ao encontro das falas de Bolsonaro em uma de suas transmissões, onde censura ao vivo diversas produções com a temática LGBT que concorriam a um edital para captação de recursos. Não é surpresa para ninguém que temáticas que envolvam negros e homossexuais sejam alvo de ataque do presidente fascista, que baseou sua campanha em discursos contra esses grupos, com diversas falas racistas e homofóbicas.
A partir de discursos moralistas completamente falsos e, principalmente, demagógicos, Bolsonaro afirma que a Ancine deve começar a produzir filmes mais religiosos, como relatou o porta-voz do governo golpista “é muito importante que o produto da Ancine esteja alinhado com o sentimento da maioria da sociedade. Um sentimento de dever, de cultura adequada, um sentimento cristão”.
Os bolsonaristas querem acabar com tudo que não seja opaco e sem vida, querem destruir a criatividade, a arte, os livros, o cinema, as exposições, tudo que for possível. O presidente ilegítimo chegou a afirmar que seu desejo era que o próximo presidente da Ancine fosse “terrivelmente religioso”, do tipo que sabe dezenas de versículos e que anda com a bíblia debaixo do braço. Assim, Bolsonaro decreta o fim do cinema brasileiro.