Da redação – O movimento dos “coletes amarelos” na França já demonstrou sua força, mesmo que seja de certa forma desorganizado, e se espalha aos poucos pela Europa.
Na Alemanha, um movimento criado em setembro, Aufstehen (Levante-se), já tem 170 mil membros filiados e pretende aumentar a mobilização popular de rua no país.
A fundadora e líder do grupo, Sahra Wagenknecht, disse à imprensa estrangeira que apoia os coletes amarelos e entende até mesmo as ações violentas realizadas na França, como demonstração da insatisfação popular contra a política neoliberal do presidente Emmanuel Macron.
Ela ainda falou que se inspira em Jean-Luc Mélenchon, líder do partido França Insubmissa, e em Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista britânico e representante de sua ala esquerda.
O Levante-se pretende unir a esquerda alemã em 2019, em um movimento que vai contra a política de décadas de conciliação do Partido Social-Democrata (SDP) com a direita representada pelo CDU/CSU de Angela Merkel. O movimento quer uma aliança entre Levante-se, SPD e o Die Linke (A Esquerda). O SPD, principal partido da esquerda alemã, vive uma intensa crise e está pressionado pela sua militância para deixar a coalizão governamental e se tornar uma oposição de esquerda.
“Vamos estar visíveis nas ruas e nos olhos do público em 2019”, disse Sahra Wagenknecht. “Não pretendemos competir com esses partidos. Queremos um movimento que contribua para aproximar esses partidos de esquerda e instigue um novo renascimento social.”
Embora trate-se de três exemplos da esquerda pequeno-burguesa europeia, representam (ainda que de maneira extremamente limitada) a necessidade de a esquerda, empurrada pela situação política, se distanciar da política “democrática” burguesa da direita.
A gigantesca crise econômica, política e social do imperialismo promete se aprofundar em 2019. O regime político já não se sustenta, por isso a burguesia tenta impor uma política de força contra a população, colocando governos de extrema-direita por toda a Europa.
A esquerda, até agora, não consegue superar a crise em que ela também está inserida, porque insiste em se agarrar na política “democrática” da burguesia, aliando-se aos partidos tradicionais da direita para sustentar o decadente regime burguês. Isso apenas favorece a extrema-direita, que se apresenta (falsamente) como única alternativa para o povo se livrar da burguesia.