Na última terça (4), o Supremo Tribunal Federal (STF) adiou mais uma vez o julgamento de um pedido de habeas corpus impetrado pela defesa de Lula. Mais uma vez, setores da esquerda nutriram esperanças de que o Poder Judiciário abriria as portas da liberdade para Lula. Mais uma vez se decepcionaram.
As instituições estão completamente tomadas por representantes do imperialismo. Militares e golpistas em geral vêm sendo posicionados em todos os setores estratégicos do Poder Estatal. O general Sérgio Etchegoyen comanda o Poder Executivo diretamente no Palácio do Planalto, onde prepara a chegada de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão. O general Ajax Porto Pinheiro substituirá o assessor do presidente do STF, Fernando Azevedo e Silva, que assumirá o Ministério da Defesa a partir de janeiro. Dezenas de militares como Major Olímpio tomarão seus postos no Poder Legislativo.
O Ministério da Justiça será comandado por ninguém menos que Sérgio Moro, o Mussolini de Maringá, encarregado pelas corporações multinacionais de quebrar as indústrias da construção civil e de exploração petrolífera nacionais, mas sobretudo de perseguir e encarcerar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – trancafiado numa masmorra em Curitiba desde março para que Bolsonaro e Moro chegassem ao poder a serviço do estrangeiro.
À esquerda, não cabe qualquer ilusão nas instituições. O cenário político só será alterado com uma ampla mobilização popular contra a instalação do governo golpista de Jair Bolsonaro. É preciso levar a organização aos bairros populares, às escolas, aos locais de trabalho. É preciso parar o trânsito, ocupar as ruas, parar a produção. Sem essa organização da população que está em vias de ser brutalmente oprimida por um eventual governo Bolsonaro, os golpistas e o imperialismo seguirão aprofundando sua marcha de desmonte do Estado, entrega de nosso patrimônio, privatização irrestrita, destruição de direitos da população.
O próprio ex-presidente Lula denuncia a fraude do processo eleitoral que teve como base sua prisão, e conclama a população e as organizações dos trabalhadores às ruas em carta ao PT enviada no final da última semana:
O PT nasceu na oposição, para defender a democracia e os direitos do povo, em tempos ainda mais difíceis que os de hoje. É isso que temos de voltar a fazer agora, com o respaldo dos nossos 47 milhões de votos, com a responsabilidade de sermos o maior partido político do país. (…) Temos de voltar às ruas, às fábricas, aos bairros e favelas, falar a linguagem do povo, nos reconectar com as bases.
Mais especificamente por ocasião do Dia Mundial dos Direitos Humanos, Lula conclama à realização de uma Jornada Nacional Lula Livre, com ações em vários lugares do país e um grande ato na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC às 18h. Na conta do ex-presidente no Twitter, o chamado: “Anote na agenda: dia 10 é dia de tomar as ruas pela liberdade de Lula”.