Gamal Abdel Nasser pode-se dizer, no mínimo, que era um chefe de governo controverso. Alguns o chamavam de “faraó de uniforme”, enquanto outros o consideravam o líder do mundo árabe. Filho de um carteiro, nascido em 18 de janeiro de 1918, em Bakos, no Egito, seguiu a carreira militar. Combateu, em 1948, na guerra contra o recém-criado Estado de Israel; tornou-se coronel e organizou o Movimento dos Oficiais Livres, que, em 18 de julho de 1952, derrubou o rei Farouk, pondo fim à monarquia egípcia. Em abril de 1954, adquiriu o controle quase absoluto do Egito, essa foi a última pagina da historia da monarquia egípcia. Contudo, após uma série de acalorados debates, os golpistas decidiram não condenar o monarca à morte, mas sim envia-lo ao exílio na Itália.
Membros de várias correntes políticas formavam a Sociedade dos Oficiais Livres: socialistas, nacionalistas e até participantes da organização islâmica Irmandade Muçulmana. A liderança era exercida por Gamal Abdel Nasser, filho de um carteiro, que, após sua formação na Academia Militar começou a recrutar forças revolucionárias entre seus correligionários. A exemplo de Nasser, esses oficiais provinham de famílias simples e construíram na Academia Militar, fundada por ingleses, a nova elite do país.