Avança a destruição das condições de trabalho no país. Segundo dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do antigo MTE hoje Ministério da Fazenda, somente de Janeiro a Agosto desse ano o número de contratos de trabalho de jornadas intermitentes cresceu para 49 mil, sendo que eram 24,6 mil em 2018, dentro do total de postos de trabalho criados no ano, o que representa 9% do total de 501.800 vagas criadas.
Chama a atenção o rápido crescimento deste tipo de contrato de trabalho, após às alterações promovidas na CLT em novembro de 2017 pelo governo do golpista Michel Temer, na chamada “Reforma trabalhista”. Em apenas 1,5 ano este tipo representa quase 10% dos postos de trabalho criados.
A maior característica da jornada intermitente é que o empregador não possui qualquer obrigação de vínculo contínuo com o trabalhador, obrigando este a ficar constantemente disponível caso o patrão tenha interesse em lhe contratar por algum momento, que pode ser por alguns dias ou até por algumas horas. No restante do tempo, o trabalhador ficaria “livre” pra buscar outra ocupação.
Um verdadeiro escárnio contra a classe trabalhadora, pois, primeiro essa situação representa uma profunda insegurança para o trabalhador e sua família, que não sabe quando irá trabalhar nem ser remunerado e, se empregado, quanto tempo permanecerá nessa condição, não podendo portanto assumir obrigações cotidianas como o aluguel de uma casa, a escola das crianças ou outros compromissos rotineiros. Segundo que a situação econômica e, por conseguinte, do mercado de trabalho não possui essa oferta de trabalho que permitiria o trabalhador ter dois, três ou mais empregos para completar seu rendimento.
Os números do desemprego batem recordes a cada mês, atingindo cerca 13 milhões de pessoas (agosto/19), combinado com a redução do parque industrial e falta de crescimento do PIB, não apresentam nenhum sinal de que o trabalhador vai achar vagas de trabalho para compensar a jornada intermitente.
Esse é mais um resultado da política golpista inaugurada por Michel Temer, após à derrubada de Dilma Rousseff, que é está sendo levada mais adiante por Bolsonaro e Paulo Guedes. É a política neoliberal que visa destruir a economia nacional e entregar seus trabalhadores e os recursos naturais do país de “mão beijada” para os capitalistas internacionais.