Sonia Guajajara, durante encontro de indígenas com o pré-candidato à presidência da República, o ex-presidente Lula, “surpreendeu” a cúpula do PT com críticas à usina Belo Monte, utilizando todo seu arsenal identitário, que não passou de um discurso, na prática, pró-imperialista e anti-petista. A multi-ongueira, Sonia Guajajara, hoje embaixadora da Washington Brazil Office (WBO) [foto abaixo], evocou novamente sua única plataforma política desde as jornadas de junho de 2013 e do movimento Não-Vai-Ter-Copa, de 2014, a Usina Belo Monte. O evento ocorreu no acampamento Terra Livre, em Brasília.
Membro experiente e partícipe do Golpe de Estado, utilizando-se do aparato econômico de ONGs imperialistas, Sonia Guajajara constrangeu a cúpula do PT presente ao evento com os indígenas acampados em Brasília, conforme colocado no vídeo abaixo, e transcrito na sequência:
Diz Sonia Guajajara à Lula e aos brasileiros:
“Não podemos mais permitir uma bancada BBB [Boi, Bala e Bíblia] no Congresso Nacional. Nós temos uma bancada indígena, negros, negras, pobres, periféricos. É esse Brasil que nós queremos a cara da diversidade… E nós estamos aqui, estamos prontas! Estamos aqui prontos para que não haja mais Belo Monte no seu governo presidente Lula. Não precisamos de mais Belo Montes, não precisamos de Belo Monte que vai extrair o ouro de nosso território. Nós não precisamos dessas hidrelétricas. O que nós queremos são nossos territórios, a nossa biodiversidade, o nosso modo de vida respeitado, protegido. Nós, povos indígenas, não podemos mais permitir que ficar à margem da construção, da condução desse país. Por muito tempo nós não aceitamos conduzir a Funai. Por muito tempo nós não aceitamos conduzir a Sesai. Mas agora é um novo tempo. Agora a gente quer sim, a gente quer a presidência da Funai. Não podemos permitir que um órgão indigenista fique aí como está agora a serviço de um governo genocida. Nós temos que assumir uma Funai que respeite, que promova direitos…”
Primeiramente nos chama a atenção a demagogia e falta de horizonte de Guajajara, pois não temos uma bancada “etnicamente diversa”, muito pelo contrário. Porém, aqui reside o pilar do identitarismo, que atua demagogicamente para dizer que a diversidade, por si só, altera o ordenamento político administrativo para um caráter “progressista” e permite a mudança do regime político.
Nota-se claramente que Sonia Guajajara troca sua identidade indígena, pela identidade do colonizador, que não quer o melhor desenvolvimento das forças produtivas a bem de todos os brasileiros. Eis que não importa como será a política territorial, desde que seja controlada por um índio que jogue ao lado do imperialismo.
Sonia segue seu discurso constrangedor até mesmo para os mais moderados progressistas, pois retoma a questão “Belo Monte”. No final do governo Lula, em 2010, o Brasil superava a taxa de crescimento de 7% do PIB, o que sinalizava para desenvolvimento de forças produtivas que poderia demandar mais mais energia atualmente. Dilma fez o que tinha que ser feito do ponto de vista energético, inclusive com eólicas e energia solar. Contudo, o golpe de Estado, impulsionado por personagens como Sonia Guajajara, diminuiu a capacidade energética em relação às demandas efetivas da população, encarecendo a produção brasileira e contribuindo diretamente para a inflação.
Sim, Guajajara, precisamos de hidrelétricas e usinas nucleares
O preço da energia elétrica já supera a inflação. A última revisão, feita em setembro de 2021 pelo Operador Nacional do Sistema, aplicou bandeira vermelha por escassez hídrica no Sul e Sudeste, tendo que ser compensada pelas usinas do Norte e pelas caras termelétricas. Por isso o país demanda mais usinas na Amazônia, controlada pelos trabalhadores e por políticas públicas. Atualmente, com a escassez do Sul do Brasil, que a cada 100 kWh são cobrados R$ 14,20 adicionais, levou a um aumento de 49,7% em relação à cara bandeira vermelha. O patamar 2 que custava de R$ 9,49 está sendo aplicado por conta da crise hídrica do Sul e Sudeste, ainda em abril de 2022.
Belo Monte não é padrão de eficiência energética, porém, parte da eficiência planejada não foi aplicada em virtude da campanha contra a usina, que seria uma das principais obras do governo Dilma, em termos de infraestrutura. Esse tabu contra obras obstaculiza as atividades meios e fins, que poderiam melhorar as condições de vida no país, carente em energia e agora dependente da importação de combustíveis fósseis, o que não faz sentido para um país que, em tese, tem recursos para diminuir o custo de vida do povo.
Viventes do imperialismo geralmente são contrários à extração do urânio a bem do povo brasileiro, pois o urânio é a fonte mais segura, limpa, geradora de tecnologias como o enriquecimento dessa matéria-prima, bem como a de maior capacidade energética, conforme demonstramos neste diário. Não é a toa que países que possuem essa fonte como Estados Unidos, França e Japão (mesmo após o acidente de Fukushima) não abrem mão, utilizando-se de onguistas para desinformar a população em torno de nossos recursos e de nossa história.
Sonia Guajajara, defensora ativa das políticas imperialistas, atua com toda a sorte de ONGs “socioambientais” como a WWF, vendendo ideologia barata. A WWF é uma ONG que pertencente à coroa britânica. Nas vésperas do golpe de estado impulsionou as forças externas contra o governo Dilma, conforme entrevista concedida à WWF.
Lula não pode ceder ao identitarismo e ao imperialismo
Lula sabe bem o valor da energia e da soberania. Fez a Petrobras maior que era quando FHC sabotou a petroleira. Por isso não cederá aos delírios e à maquinação de Sonia Guajajara.
O Governo Lula precisa ser firme quanto à questão energética, nacionalizar e reestatizar o que for possível e fazer o máximo de usinas nucleares e hidrelétricas para que tenhamos soberania energética, industrial e militar.
As demandas do povo pobre deste país, das indústrias, da educação, da agricultura, serviços, comércio e todas atividades econômicas precisam de energia mais barata, e Sonia Guajajara apenas utiliza o identitarismo como apelo sentimentalista a uma questão extremamente complexa, que é o desenvolvimento das forças produtivas em países atrasados em relação ao capitalismo, como é o caso do Brasil.
Lula, portanto, não pode ceder à políticas catastróficas como simplesmente “diversificar a administração dos territórios indígenas” sem levar em consideração os problemas concretos dos indígenas e do população brasileira em seu conjunto. Por fim, Lula sabe muito bem que o povo vem sofrendo com uma crise energética sem precedentes, e que essa crise contribui para o desenvolvimento da inflação, da miséria e da fome, inclusive dos povos indígenas.
A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a posição deste Diário.