Análise Internacional

Rui Costa Pimenta fala sobre golpe em Honduras

Em sua Análise Internacional desta quinta-feira, Rui Costa Pimenta destacou a denúncia de fraude nas eleições hondurenhas

Na Análise Internacional desta quinta-feira (4), Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO) abordou o agravamento da crise política em Honduras e classificou como evidente a denúncia de fraude nas eleições presidenciais.

Segundo ele, a contestação não parte de setores externos, mas do próprio candidato em disputa. “Em Honduras, podemos falar que há fraude. Não somos nós que estamos denunciando, mas o próprio candidato presidencial está”, afirmou. Para Pimenta, a gravidade da situação exige que a esquerda internacional se posicione de forma inequívoca: “eu acho que devemos denunciar também, é uma barbaridade”.

A crise eleitoral hondurenha ocorre em meio a instabilidade em praticamente toda a região. Pimenta lembrou que não se trata de um caso isolado, mas de uma série de ataques políticos que vêm atingindo governos e lideranças identificadas com a esquerda no continente.

‘Privatização’ na Venezuela?

Antes de tratar da situação hondurenha, Pimenta comentou o decreto recente de Nicolás Maduro que autoriza a formação de joint ventures com capital estrangeiro para a produção de asfalto. Ele destacou que o Estado venezuelano estabeleceu critérios para manter o controle da atividade, incluindo a obrigação de destinar 25% dos recursos ao asfaltamento das comunas, os bairros populares do país.

“Ele não está entregando o patrimônio público para empresas privadas”, explicou. Para o dirigente, comparar essas medidas a privatizações realizadas no Brasil é incorreto. O problema, disse, não é a participação de capital privado ou estrangeiro, mas como e sob quais condições essa participação ocorre.

Pimenta citou inclusive a experiência da Rússia soviética, que, segundo ele, lançou iniciativas de cooperação semelhantes. “Tudo depende das características do acordo. Não é o fato de que seja capital estrangeiro ou mesmo capital privado que vai determinar necessariamente que o acordo é ruim”.

‘Triunfalismo’ da esquerda

Ao analisar a situação da América Latina, Pimenta voltou suas críticas ao que chamou de “triunfalismo” de partidos como o PT. “O grande malefício da política, como a praticada pelo PT, é o triunfalismo: ‘eu estou feliz’, tudo vai dar certo, tudo é maravilhoso”, afirmou.

Ele relembrou episódios recentes que demonstram o enfraquecimento da esquerda em vários países:

  • o golpe que impediu Evo Morales de concorrer na Bolívia;
  • a perseguição a Rafael Correa no Equador, hoje fora do país;
  • a situação peruana, que caracterizou como ditatorial;
  • a crise profunda da esquerda chilena.

Além disso, apontou que outros países da região vivem situações igualmente críticas, mencionando El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e a própria República Dominicana. No México, avaliou que “o processo de derrubada do governo mexicano já começou”.

Segundo Pimenta, diante desse quadro, a política de setores da esquerda que afirmam que “tudo está bem” não ajuda a preparar a população para a realidade. “Eu acho que isso é jogar areia nos olhos da população”, disse.

Escalada militar e nova ofensiva imperialista

Em sua avaliação, o continente enfrenta um processo acelerado de agressão imperialista, cujo ponto mais sensível é a ameaça direta contra a Venezuela. “Depois do ataque à Venezuela, virá também um ataque contra Cuba”, disse, lembrando que já ocorreram ofensivas internas contra o país caribenho. Também mencionou a Nicarágua como alvo provável dessa política.

“O resto é um verdadeiro efeito dominó”, afirmou. Para ele, a esquerda latino-americana precisa discutir seriamente esse panorama e abandonar a ilusão de que alianças com o imperialismo podem resultar em avanços democráticos. “O PT — e nem vou falar do PSOL — não chama atenção para isso e, inclusive, indica que a aliança com o imperialismo seria a solução”.

Pimenta concluiu que a tendência geral observada no continente é de agravamento da situação política e de fortalecimento da ofensiva dos Estados Unidos. Diante disso, insistiu na necessidade de uma política independente da burguesia e do imperialismo.

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