Um novo relatório revela que “Israel” recebeu mais de 21 milhões de toneladas de petróleo durante a sua agressão a Gaza, com os principais fornecedores incluindo os Estados Unidos, a Rússia e o Azerbaijão.
Um novo relatório da Oil Change International acusou 25 países exportadores de petróleo de possibilitarem a guerra de dois anos de “Israel” em Gaza, fornecendo milhões de toneladas em produtos petrolíferos refinados, alertando que os fluxos de combustíveis fósseis estão diretamente envolvidos no que organismos da Organização das Nações Unidas (ONU) determinaram ser genocídio.
A análise, intitulada Por Trás do Barril e divulgada à margem da cúpula do clima da ONU no Brasil, descobriu que entre 1º de novembro de 2023 e 1º de outubro de 2025, “Israel” recebeu 323 carregamentos totalizando 21,2 milhões de toneladas de produtos petrolíferos.
De acordo com o relatório, o Azerbaijão e o Cazaquistão foram os fornecedores dominantes de petróleo cru, sendo responsáveis por 70% do total de entregas. Rússia, Grécia e Estados Unidos surgiram como os principais exportadores de combustível refinado. Os Estados Unidos foram o único fornecedor de JP-8, uma mistura especializada de combustível para jatos utilizada por aeronaves militares.
“Os Estados correm o risco de se tornarem cúmplices de genocídio sob o direito internacional”, disse Shady Khalil, da Oil Change International, observando que o mesmo sistema de combustíveis fósseis que acelera a crise climática também está “possibilitando a violência”. O grupo contratou a Data Desk para conduzir a investigação.
Irene Pietropaoli, pesquisadora sênior do Instituto Britânico de Direito Internacional e Comparado, sublinhou que os Estados são obrigados a cumprir as medidas provisórias do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).
“Os Estados devem considerar que a sua assistência militar ou de outro tipo às operações de Israel em Gaza pode expô-los a responsabilidade por cumplicidade em genocídio”, afirmou.
Questionada sobre se deveria ser feita uma distinção entre combustível para uso civil e uso militar, Ana Sanchez Mera, coordenadora da Global Energy Embargo for Palestine, argumentou que essa separação é artificial.
“É um sistema de ocupação colonial de colonos”, disse ela, apontando para a rede elétrica de “Israel”, que é parcialmente alimentada por carvão.
Alguns governos já começaram a se distanciar da cadeia de abastecimento de energia de “Israel”. Em agosto de 2024, o presidente colombiano, Gustavo Petro, suspendeu formalmente as exportações de carvão para “Israel”. Embora dados oficiais mostrem que o Brasil enviou petróleo diretamente a “Israel” pela última vez em março de 2024, o presidente do sindicato dos petroleiros do Rio de Janeiro afirmou que o petróleo brasileiro pode ter sido redirecionado através da Itália.





