O Japão decidiu suspender o processo de reconhecimento do Estado Palestino. Segundo a rede libanesa Al Mayadeen, a medida se deve “à pressão dos Estados Unidos, apesar dos apelos globais e da preocupação com a invasão da Cidade de Gaza por ‘Israel'”.
O Japão decidiu que, por enquanto, não reconhecerá um Estado Palestino. Segundo a agência de notícias birtânica Reuters, que citou um artigo do jornal Asahi com base em fontes não identificadas do governo, a decisão foi tomada provavelmente para manter suas fortes relações com os Estados Unidos e evitar endurecer a postura de “Israel”.
No último período, diante da pressão internacional sobre “Israel” em relação ao seu genocídio na Faixa de Gaza, principalmente devido às mortes por fome, vários governos imperialistas e associados, incluindo os da Grã-Bretanha, França, Canadá e Austrália, declararam sua intenção de reconhecer um Estado Palestino na próxima Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, que ocorre neste mês.
De acordo com um relatório da semana passada da agência de notícias Kyodo, os Estados Unidos incentivaram o Japão, através de vários canais diplomáticos, a não reconhecer um Estado Palestino. Por outro lado, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, havia instado fortemente seu homólogo japonês a fazê-lo.
Em uma coletiva de imprensa na terça-feira (16), o ministro das Relações Exteriores, Takeshi Iwaya, afirmou que o Japão está avaliando de forma abrangente a questão do reconhecimento da Palestina como Estado, incluindo o momento e os métodos apropriados para isso. O Secretário-Geral do Gabinete, Yoshimasa Hayashi, principal porta-voz do governo, repetiu a declaração em outra coletiva na quarta-feira.
Expressando um “grave senso de crise” sobre a invasão terrestre israelense da Cidade de Gaza e dizendo que “os alicerces de uma solução de dois Estados podem estar entrando em colapso”, Hayashi instou “Israel” a “tomar medidas substanciais para acabar com a grave crise humanitária, incluindo a fome, o mais rápido possível”.
Um grupo parlamentar que inclui membros do Partido Liberal Democrata no poder, apresentou uma petição com 206 assinaturas ao ministro das Relações Exteriores, Takeshi Iwaya, na quarta-feira (17), pedindo o reconhecimento imediato da Palestina, segundo um relatório da agência de notícias Kyodo de 11 de setembro.
Por sua vez, o ministro Iwaya respondeu que a petição será levada a sério, considerando o número de assinaturas coletadas, e acrescentou que o ministério das Relações Exteriores continuará a analisar o assunto.
Embora o Japão tenha sido uma das 142 nações que votaram a favor de uma declaração em uma reunião da ONU na sexta-feira passada (12), que descreveu “passos tangíveis, com prazos e irreversíveis” em direção a uma “solução de dois Estados”, o jornal Asahi informou que o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, não irá a uma reunião sobre o tema agendada para 22 de setembro, durante o encontro da ONU em Nova Iorque.





