Dia de hoje na história

1/7/1922: começa a Grande Greve dos Ferroviários nos EUA

Repressão do governo Harding contribuiu para o desempenho do seu partido (Republicano) nas eleições legislativas daquele ano

Nesta terça-feira (1º), completam-se 123 anos do início da Grande Greve Ferroviária de 1922 nos Estados Unidos, uma das maiores paralisações trabalhistas da história do país. A mobilização, que começou em 1º de julho de 1922, reuniu cerca de 400 mil trabalhadores do setor ferroviário, em um levante contra a redução de salários e o ataque às condições de trabalho, marcando um capítulo fundamental na luta da classe operária norte-americana.

A greve foi deflagrada após a Junta Ferroviária de Trabalho, um órgão federal criado para mediar disputas entre empresas e sindicatos, anunciar um corte de 12% nos salários dos trabalhadores de manutenção de trens e oficinas. Essa redução salarial atingiu diretamente as categorias mais vulneráveis, exacerbando as tensões sociais já existentes no pós-Primeira Guerra Mundial. A medida unilateral da Junta de Trabalho, alinhada aos interesses do capital, serviu como estopim para a mobilização generalizada.

A paralisação teve um impacto imediato e profundo em todo o sistema ferroviário dos Estados Unidos, que era a espinha dorsal do transporte de cargas e passageiros na época. Locomotivas e vagões ficaram parados, interrompendo o fluxo de mercadorias e a mobilidade da população. A força da greve demonstrou o poder de barganha dos trabalhadores unidos e a importância estratégica da categoria para a economia do país.

Diante da magnitude da greve, o governo dos Estados Unidos e as empresas ferroviárias reagiram com repressão brutal. O presidente Warren G. Harding emitiu uma ordem de injunção que proibia piquetes e a organização de solidariedade à greve, classificando a paralisação como uma ameaça à economia nacional.

A justiça imperialista atuou de forma decisiva para desmantelar o movimento, com prisões e intimidações contra os grevistas. Muitos trabalhadores foram demitidos e substituídos por fura-greves, alguns armados e protegidos por forças de repressão.

A Grande Greve Ferroviária de 1922 durou mais de dois meses e terminou sem uma vitória completa para os trabalhadores. Apesar da força da mobilização, a repressão estatal e a fragmentação do movimento, com alguns sindicatos aceitando acordos locais, minaram a capacidade de resistência unificada.

Apesar da grande adesão e da escala nacional do movimento, a greve não obteve conquistas significativas para os ferroviários. Pelo contrário, ela terminou de forma desfavorável aos trabalhadores. Em 1º de setembro de 1922, uma liminar judicial ampla emitida pelo juiz James Herbert Wilkerson proibiu piquetes e manifestações, enfraquecendo a mobilização. A repressão foi intensa: ao menos dez pessoas morreram durante o conflito, e muitos grevistas foram demitidos ou substituídos por trabalhadores contratados temporariamente.

O movimento acabou derrotado, sem que os cortes salariais fossem revertidos, e os sindicatos envolvidos terminaram enfraquecidos. A greve, porém, também cobrou seu custo político da direita: a repressão do governo Harding contribuiu para o desempenho do seu partido (Republicano) nas eleições legislativas daquele ano. Contrastando com a vitória esmagadora que os republicanos haviam obtido em 2020, o partido perdeu 77 cadeiras na Câmara dos Representantes (caindo de 303 para 226) e 7 no Senado (de 59 para 52).

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