Faixa de Gaza

Hospitais de Gaza têm taxa de sobrevivência ‘extremamente baixas’

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualizados em março de 2025, indicam que apenas 12 dos 36 hospitais de Gaza estão parcialmente funcionais. Maioria está destruída

A taxa de sobrevivência de pacientes gravemente feridos no Hospital Al-Aqsa, em Gaza, é “extremamente baixa” devido às condições deterioradas, informou o enfermeiro de terapia intensiva Zahed Rahman, voluntário da organização Glia, em entrevista à rede catarebse Al Jazeera na última terça-feira (25). Ele atribui a crise ao bloqueio imposto pelas forças de “Israel”, que impede a entrada de medicamentos, recursos e trabalhadores humanitários. “Estamos em condições muito duras; o governo israelense precisa abrir os corredores humanitários urgentemente”, declarou Rahman, que está em sua segunda missão na região.

No hospital, localizado em Deir el-Balah, pacientes chegam com ferimentos por explosões e tiros, mas os estoques de suprimentos médicos, já escassos, estão se esgotando rapidamente desde o fechamento das fronteiras, como a passagem de Rafá, que antes permitia alguma entrada de ajuda. Rahman comparou sua primeira visita, quando havia mais acesso a insumos, com a situação atual: “agora dependemos do que resta aqui, e está acabando”. Ele também destacou o impacto psicológico sobre a população e os trabalhadores, que vivem, trabalham e se deslocam em zonas de combate, chamados de “zonas vermelhas”, enfrentando exaustão extrema.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualizados em março de 2025, indicam que apenas 12 dos 36 hospitais de Gaza estão parcialmente funcionais, com a maioria no norte e na Cidade de Gaza destruída ou inoperante após meses de bombardeios. O bloqueio, intensificado desde o início da guerra, é classificado como violação do direito humanitário por entidades como a Anistia Internacional, que em relatório de fevereiro de 2025 acusou o país artificial de usar a privação de recursos como arma contra civis. Rahman finalizou: “esse bloqueio, esse apartheid, esse genocídio têm de parar completamente”. A falta de corredores humanitários já causou a morte de pelo menos 150 pacientes em hospitais de Gaza em 2025, segundo a agência da ONU OCHA.

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