Europa

Rússia denuncia: Ucrânia rompeu trégua de Páscoa

Ucrânia violou o cessar-fogo mais de 1.300 vezes em menos de 24 horas, realizando ataques com drones, artilharia e bombardeios contra civis e posições russas

O Ministério da Defesa da Rússia denunciou neste domingo (20) que a Ucrânia violou sistematicamente o cessar-fogo declarado por ocasião da Páscoa Ortodoxa. Segundo o informe oficial, mais de 1.300 ações hostis por parte das Forças Armadas ucranianas ocorreram em menos de 24 horas desde o início da trégua, às 18h de sábado (horário de Moscou), como determinado pelo presidente Vladimir Putin. A trégua deveria durar até a meia-noite de segunda-feira, dia 22.

De acordo com os dados fornecidos pelo governo russo, Kiev realizou ao todo 444 bombardeios com obuses e morteiros contra posições russas, 900 ataques com drones quadricópteros e 48 ataques com drones do tipo avião, além de 12 ataques de artilharia, 33 ataques com drones e sete lançamentos de munição nas regiões fronteiriças russas de Briansk, Kursk e Belgorod, resultando em mortes e ferimentos entre civis e danos à infraestrutura civil. Também foram registrados ataques na Crimeia, evidenciando a amplitude da ofensiva.

As forças russas, segundo o Ministério da Defesa, mantiveram-se estritamente dentro dos limites do cessar-fogo, permanecendo em suas posições, conforme instruções expressas de Putin. O presidente russo havia ordenado, no sábado, que todas as unidades do Exército mantivessem vigilância máxima e estivessem prontas para reagir em caso de qualquer violação ou provocação. Ainda assim, a ordem foi para respeitar rigorosamente o cessar-fogo, o que foi cumprido, conforme o informe de Moscou.

Entre os episódios de agressão registrados, destacam-se tentativas de ofensiva ucraniana contra posições russas nas localidades de Sukhaya Balka e Bogatyr, situadas na República Popular de Donetsk, durante a madrugada. As forças de Kiev foram rechaçadas pelas tropas russas.

A ofensiva se deu mesmo após um gesto de distensão por parte da Rússia. No sábado, Moscou e Kiev realizaram uma troca de prisioneiros — 246 combatentes devolvidos por cada lado, além de 31 soldados gravemente feridos entregues pela Rússia à Ucrânia, e 15 soldados russos feridos recebidos de volta. A troca foi mediada pelos Emirados Árabes Unidos e teve lugar poucas horas antes da entrada em vigor da trégua pascal.

O embaixador itinerante da chancelaria russa, Rodion Miroshnik, responsável pelas investigações sobre crimes de guerra cometidos pelo regime ucraniano, declarou que os ataques da Ucrânia atingiram inclusive áreas residenciais nas cidades das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, além da região de Kherson. Para Miroshnik, as violações reiteradas da trégua demonstram que “a Ucrânia é incapaz de respeitar qualquer cessar-fogo”. “Não me lembro de uma única trégua que tenha sido bem-sucedida e duradoura”, afirmou o diplomata ao canal Soloviev LIVE.

Hipocrisia de Zelenski

Pouco após o anúncio do cessar-fogo por parte da Rússia, o presidente ucraniano, Vladimir Zelenski, reagiu de maneira dúbia. Em suas redes sociais, declarou que a Ucrânia responderia com “silêncio ao silêncio”, mas acrescentou que, se houvesse ataques russos, Kiev responderia “com ataques”. Horas depois, acusou Moscou de violar a trégua, chamando a medida de “jogo com vidas humanas”, mesmo sem apresentar provas. Zelenski também afirmou que havia “drones kamikaze russos” sobrevoando o país às 17h15, antes mesmo do início do cessar-fogo — uma acusação que não foi confirmada por observadores independentes nem acompanhada de evidências concretas.

A imprensa russa, por meio do correspondente de guerra Andrey Filatov, relatou que violências ucranianas foram observadas já na primeira hora de vigência da trégua. Segundo Filatov, que reportava da região de Pokrovsk, na República Popular de Donetsk, foram utilizados drones kamikazes, artilharia pesada e munições de fragmentação por parte da Ucrânia contra posições russas.

Balanço das operações

Apesar da decisão unilateral de respeitar a trégua, as forças russas continuaram a registrar as perdas infligidas ao inimigo até o início do cessar-fogo. De acordo com os agrupamentos militares russos, os danos às forças ucranianas foram severos:

  • Tsentr (Centro): mais de 420 soldados ucranianos eliminados, além de três blindados Kozak, seis veículos e duas peças de artilharia.
  • Sever (Norte): cerca de 40 combatentes abatidos, além da destruição de armamentos diversos.
  • Yug (Sul): 310 soldados eliminados, um blindado M113 de fabricação norte-americana e quatro veículos blindados.
  • Zapad (Oeste): libertação do povoado de Novomikhailovka, eliminação de 245 combatentes, um tanque, dois blindados Kozak e três depósitos de munição.
  • Vostok (Leste): mais de 160 militares abatidos, um tanque, três veículos de transporte de tropas e sete automóveis.
  • Dniepre: mais de 100 mortos, além da destruição de um tanque, cinco veículos e quatro estações de guerra eletrônica.
  • A defesa antiaérea da Rússia também interceptou três bombas guiadas JDAM, um projétil do sistema Himars e 88 drones de asa fixa.

Desde o início da operação militar especial em fevereiro de 2022, o Exército russo afirma ter destruído 661 aviões, 283 helicópteros, mais de 52 mil drones, 22.967 tanques e 1.544 lançadores múltiplos de foguetes, além de quase 24 mil peças de artilharia e 34 mil veículos militares especiais do Exército ucraniano.

Trégua como termômetro

A trégua de Páscoa havia sido anunciada por Putin em reunião com o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, como gesto de boa vontade e com propósitos humanitários. O presidente russo afirmou que a reação de Kiev ao cessar-fogo seria “indicativa de sua real disposição para a paz”. Contudo, a conduta de Zelenski confirmou, mais uma vez, a recusa do regime ucraniano em negociar seriamente o fim das hostilidades, mesmo diante de propostas concretas de pausa humanitária e apesar da mediação internacional.

Para Moscou, o comportamento da Ucrânia nesta Páscoa reforça o que já foi observado em outras ocasiões: a impossibilidade de firmar qualquer acordo duradouro com um regime belicista, sustentado pela OTAN e pelo imperialismo norte-americano, que não tem interesse real em pôr fim ao conflito.

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