O governo Lula enfrenta uma crise de popularidade inegável desde o início do ano, intensificada pela chamada “crise do Pix”, que revelou a revolta do povo brasileiro com a alta quantidade de impostos cobrados sobre a população pobre. Embora a situação tenha se acalmado após o recuo do governo, os danos à sua credibilidade permanecem. Agora, o Planalto tenta recuperar apoio popular com medidas econômicas, mas não há indícios de que elas serão suficientes para superar a crise.
Uma das iniciativas adotadas foi a redução do custo dos alimentos por meio da isenção do imposto de importação sobre determinados produtos. A ideia seria aumentar a oferta desses alimentos no mercado nacional e, assim, reduzir seus preços. No entanto, especialistas de diferentes espectros políticos — da esquerda à extrema direita — consideram essa medida insuficiente. Produtos importados têm participação limitada no mercado brasileiro e, portanto, pouco impacto na alimentação da população.
Outra ação recente foi o envio ao Congresso de uma proposta para alterar a cobrança do Imposto de Renda. O governo propõe zerar a cobrança para quem ganha até R$5 mil mensais e criar uma transição gradual para rendas entre R$5.001 e R$7 mil. No entanto, essa mudança não configura uma isenção no sentido técnico do termo. Em regimes tradicionais de isenção, apenas a parcela da renda que ultrapassa o limite estabelecido é tributada.
A aprovação da nova regra do Imposto de Renda ainda depende do Congresso, que, durante todo o governo, sempre cobrou uma fatura alta para aprovar o que vinha do Planalto, mesmo que fosse de seu interesse. Caso seja aprovada, será uma das medidas mais positivas do governo até o momento, mas, por si só, não será suficiente para reverter o quadro de desgaste político. Afinal, um governo minimamente popular deveria adotar essa política como algo básico, e não como um grande feito. Sem contar no fato de que isso vem após dois anos de governo, durante os quais a presidência revelou sua fraqueza diante dos banqueiros.
A realidade é que as medidas anunciadas pelo governo Lula são tímidas diante da gravidade da situação econômica da população brasileira. Não há sinais de que o Planalto esteja disposto a implementar mudanças significativas que realmente alterem o cenário social do País. Uma política morna de pequenas reformas sociais dificilmente reverterá a crise de popularidade do governo e restaurará sua credibilidade junto ao povo.
É necessário um conjunto de medidas emergenciais que causem um impacto real para os trabalhadores. É preciso, em primeiro lugar, romper com os sabotadores do País: Fernando Haddad, Simone Tebet e toda a equipe econômica, Marina Silva e os ongueiros e todos aqueles que atuam no sentido de aumentar a pilhagem do grande capital sobre o povo brasileiro. Em segundo lugar, é preciso tomar medidas que afetem de maneira significativa a vida da população, como a geração de emprego, o cancelamento da dívida pública e o aumento do salário mínimo. Caso contrário, não haverá força para enfrentar uma ofensiva cada vez maior da direita.