“Não podemos normalizar a barbárie, tampouco a romantização da mesma”. Essas foram as palavras finais de uma publicação feita na rede social X (ex-twitter) por Guto Zacarias, integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), agrupamento direitista e reacionário, financiado pelo imperialis-mo norte-americano, um dos principais pilares da política golpista nacional, que teve destacada atuação nas mobilizações de rua que culminaram no impeachment fraudulento da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.
Zacarias faz referência, com essas e outras frases publicadas no X, a uma ação que diz estar movendo contra o Partido da Causa Operária (PCO) em razão da organização partidária apoiar e defender a ação revolucionária do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e sua luta contra a tirania e a ditadura sionista perpetrada por “Israel” contra o povo palestino e outros povos da região.
O direitista integrante do MBL, em sua publicação, diz que irá (novamente) ao Ministério Público para que “esse partido [PCO] antissemita seja investigado por divulgar, em solo brasileiro, a mensagem de um grupo [Hamas] terrorista e assassino”.
Zacarias acusa o Hamas de ter assassinado mulheres, bebês e idosos judeus. No entanto, as calúnias dirigidas contra o movimento que lidera a Resistência Palestina são justamente o que, comprovadamente por organismos internacionais e centenas de outras testemunhas faz o exército sionista nos territórios ocupados. Até mesmo o Tribunal Penal Internacional (TPI) – controlado pela ONU, portanto pelo imperialismo mundial – reconhecendo o caráter genocida do governo israelense e sua ação criminosa contra os palestinos, emitiu ordem de prisão contra o açougueiro primeiro-ministro criminoso, Benjamin Netaniahu, acusando-o de genocídio, limpeza étnica, crimes de guerra e extermínio populacional.
Sobre a “normalização da barbárie”, em relação a qual Guto Zacarias diz que “não podermos normalizar”, suas palavras valem integralmente para o Estado de “Israel”, que o parlamentar apoia. Os bombardeios aéreos diários contra a população civil indefesa de Gaza, os assassinatos de mulheres grávidas e crianças, os ataques contra hospitais, escolas, estruturas civis, as mortes de centenas de jornalistas e as bombas despejadas contra voluntários dos organismos internacionais de ajuda humanitária não deveriam ser “normalizadas”. Mas é isso que Zacarias tenta fazer, ao acusar de criminoso aqueles que se levantam contra as barbaridades praticadas por “Israel”.
A extrema direita brasileira já tentou, por diversas vezes, calar o PCO por meio de processos. Seja por meio dos meninos direitistas do MBL, seja por figuras de maior destaque da política nacional, como o ex-governador João Doria (PSDB). As tentativas, que foram todas mal sucedidas, apenas reafirmam o caráter repressivo da direita brasileira: é a tentativa de suprimir a dissidência pela força, como bem fazia a Ditadura Militar de 1964-1985. É preciso denunciar os métodos covardes da extrema direita e reagir.