Brasil

ENEL deixou mais de 150 mil imóveis no escuro em São Paulo

Concessionária privatizada deixou uma das cidades mais ricas do mundo sem energia

Mais de 156 mil imóveis em São Paulo ficaram sem energia elétrica na última quarta-feira(12), após fortes chuvas atingirem a capital paulista, segundo informe a concessionária ENEL. A tempestade, acompanhada de ventos intensos, granizo e quedas de árvores, causou transtornos em uma das maiores e mais ricas cidades do mundo, expondo a fragilidade de sua infraestrutura para lidar com algo tão banal e recorrente na região quanto chuvas de verão.
A falta de luz afetou diversas regiões da cidade, com interrupções que começaram no início da tarde e persistiram por horas. Segundo a ENEL, equipes foram mobilizadas para restabelecer o fornecimento, mas não há prazo definido para a solução total do problema. O Corpo de Bombeiros registrou a morte de um taxista, atingido por uma árvore que caiu sobre seu veículo na região central, além de atender chamados relacionados a alagamentos e danos estruturais.
As chuvas levaram a prefeitura a decretar estado de atenção para alagamentos em quase todas as zonas da cidade, exceto a leste. Em Pinheiros, bairro nobre da zona oeste, árvores caídas bloquearam ruas como Artur de Azevedo, enquanto em Santa Cecília, região central, objetos foram arrancados de sacadas pela força do vento. Fachadas de prédios também sofreram avarias, como registrado em imagens de moradores. O Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas reportou rajadas de vento superiores a 60 km/h em alguns pontos.
A infraestrutura deficiente de São Paulo, contrastando com as riquezas da cidade, ficou evidente com ruas inundadas e o trânsito paralisado. Responsável pela distribuição de energia, a ENEL voltou a enfrentar críticas por demora na resposta, enquanto a população lidou com os impactos de uma rede elétrica vulnerável a temporais, a despeito das caríssimas tarifas energéticas.
A incapacidade da cidade de suportar chuvas, um fenômeno anual, reflete anos de negligência em drenagem, cabeamento e planejamento urbano. São Paulo, com seus 12 milhões de habitantes e economia robusta, viu-se novamente refém de uma estrutura que não acompanha sua grandeza.
A privatização do serviço de energia, como o da ENEL, é uma ameaça à população, exigindo uma luta da esquerda, dos estudantes e dos trabalhadores pela reestatização da distribuição elétrica. Setores da esquerda que insistem em culpar apenas a “mudança climática” eximem governos municipal, estadual e os monopólios imperialistas donos da concessionária, abstraindo a responsabilidade. As chuvas são históricas, mas a fragilidade da cidade cresce por falta de investimentos em infraestrutura, manutenção e obras, só viáveis com empresas estatais controladas pelos trabalhadores.

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