Editorial

Crise do PT é produto da política de alianças com a burguesia

Partido dos Trabalhadores (PT) completou 45 anos de existência

O Partido dos Trabalhadores (PT) completou 45 anos de existência no dia 10 de fevereiro. A data foi comemorada em várias atividades, sendo a principal a realizada nos dias 21 e 22 de fevereiro, em um Armazém no Píer Mauá, zona portuária do Rio de Janeiro, que contou com a presença de dirigentes nacionais do Partido como o presidente Lula, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, ministros, governadores, parlamentares, militantes e artistas.

O destaque da festa ficou por conta do discurso do presidente Lula, que convocou a militância a “defender a democracia” e a combater “as fake news”. Atacou o adversário Jair Bolsonaro, motivando a plateia ao coro “Sem Anistia!”.

Também elogiou Gleisi Hoffmann pelo trabalho realizado nos últimos anos à frente do partido:  o bom presidente do PT não é aquele que fala para fora, é aquele que fala para dentro, é aquele que ganha a confiança do partido”. Os afagos foram interpretados como indicativos de que, reconhecendo a importância do papel de Gleisi na etapa anterior, Lula gostaria que, daqui para a frente, fosse necessário um novo dirigente, “que fale para fora”, ou seja, negociador com a direita, mesmo que sem ser uma liderança interna do Partido, como é o caso do candidato que vem defendendo, Edinho Silva.

A festa aconteceu em meio a uma grande crise vivida pelo partido, manifestada principalmente na divisão para a escolha de sua nova direção, nas eleições previstas para o mês de julho.

Dentro da própria CNB (Construindo um Novo Brasil) – a corrente de Lula e majoritária do partido – a divisão é discutida publicamente.

Lula aposta na eleição de Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara, considerado “moderado” e bom articulador político, o que poderia facilitar as negociações com os partidos da direita na formação de uma nova “frente ampla” para tentar assegurar a reeleição no próximo ano. o que representa o aprofundamento da atual política responsável pela crise do partido e enorme perda de apoio do governo(leia à respeito na pág.2).

A indicação não é consensual. Aliados de Gleisi e do deputado Jilmar Tatto defendem outro nome, como o líder do governo na Câmara, José Guimarães, ou o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto.  

A crise do PT é produto da política de alianças com a burguesia, que tem levado o partido e o governo cada vez mais à direita, gerando todo tipo de descontentamento, crise e divisão interna.

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