Numa clara campanha da burguesia contra o governo Lula (PT), a imprensa golpista tem apresentado pesquisas de opinião apontando a queda de sua popularidade. No dia 25, o levantamento encomendado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgou que o percentual dos que avaliam negativamente (ruim/péssimo) teria crescido de 31% para 44%, em comparação com o levantamento de novembro de 2024. Já a avaliação positiva (bom/ótimo) caiu de 35% para 28,7%.
No dia seguinte, levantamento da Quaest apontou que o terceiro governo do presidente Lula (PT) seria reprovado por 50% ou mais dos eleitores em 8 estados pesquisados. Destacou dados segundos os quais a desaprovação superaria os 60% em SP, RJ e MG e a aprovação teria caído mais de 15 pontos na BA e em PE, estados onde Lula venceu as eleições em 2022. Os cinco juntos representam mais da metade do eleitorado brasileiro.
Por um lado, a rejeição é impulsionada por medidas impopulares, como o “imposto das blusinhas”, a manutenção da política de Campos Netto de aumentos das taxas de juros em favor dos banqueiros e a ameaça de “controle do pix”. Por outro lado, pela falta de iniciativas para solucionar questões decisivas para a população, como a disparada dos preços dos alimentos, a exploração do petróleo na Margem Equatorial (sabotagem de dentro do governo por Marina Silva, Ibama etc.); também pelo não cumprimento de promessas fundamentais da campanha eleitoral, como “colocar o pobre no orçamento”, “isentar do pagamento de Imposto de Renda quem ganha até R$5mil”; realizar o assentamento de milhares de sem-terras (em dois anos, assentou somente 3% das famílias acampadas) etc.
Assim, a divulgação das pesquisas negativas, toma forma de campanha contra o governo por parte da imprensa e de setores do grande capital golpista, justamente no momento em que esse setor da fracassada “terceira via” também leva adiante (com apoio da esquerda parlamentar) uma clara campanha de perseguição política e judicial contra o outro lado da polarização que domina o País, o bolsonarismo.
Como a direita tradicional não consegue ter apoio popular para sua política pró-imperialista, articula-se para desestabilizar os setores que, de formas diferentes, representam um obstáculo à sua política.
Trabalham para criar condições para manter o cerco e, se possível, derrotar a polarização, impondo um golpe no qual possam retornar de forma plena ao comando do governo, seja por meio de uma vitória nas eleições presidenciais, seja impondo o semipresidencialismo (semiparlamentarismo), para colocar ainda mais no comando do Estado os servos dos banqueiros e do grande capital internacional que já dominam o Judiciário e têm maioria no Congresso Nacional.
O governo Lula, o PT e toda a esquerda, não reagem. Pelo contrário, apostam na propaganda das migalhas que procuram apresentar como “grandes realizações” e na manutenção e até aprofundamento da mesma política de frente ampla (com mais cargos para a direita, mais alianças), de colaboração e capitulação diante do imperialismo e do grande capital “nacional” que foram responsáveis pelo desastre atual.
Há quase 10 anos, a demora em acordar custou caro, não só para o PT, com golpe que derrubou a presidenta Dilma, como para todo o povo brasileiro, que viu retroceder – como nunca – suas condições de vida.
É preciso deixar para trás a atual política suicida de derrotas e mobilizar os trabalhadores com outra política, a de enfrentamento da direita golpista.