Ricardo Machado

É dirigente do Sindicato dos Bancários de Brasília e ex-dirigente da CUT-DF. Integra a Coordenação dos Comitês de Luta do DF e Membro do Partido da Causa Operária (PCO)

Coluna

É preciso barrar as demissões nos bancos imediatamente

Um gigantesco contingente de trabalhadores está sendo jogado no olho da rua pelos banqueiros sanguessugas

Se persistir a política dos banqueiros de demissões em massa na categoria bancária, de terceirizações e de privatização dos bancos públicos, em um breve período essa função nos bancos será completamente extinta.

Os mais recentes dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), em dezembro de 2024, revelam, mais uma vez, a política dos banqueiros de aumentar seus lucros às custas da miséria dos trabalhadores e de toda a população. Foram 6.198 postos de trabalho bancário extintos nos últimos doze meses, considerando o acumulado de 2024.

Em contrapartida, o emprego no ramo financeiro, exceto na categoria bancária, acumulou um saldo positivo de 23.200 postos entre janeiro e dezembro de 2024.

Esse gigantesco contingente de trabalhadores que estão sendo jogados na rua pelos banqueiros sanguessugas se repete ano após ano. Em 2023, o saldo negativo foi de 6.315 postos e, conforme pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) sobre o emprego na categoria bancária, houve uma redução de 84 mil postos entre os anos de 2013 e 2021. Os números são alarmantes: em 2013, foram -5.389; em 2014, -5.957; em 2015, -8.787; em 2016, -21.263; em 2017, -18.187; em 2018, -3.039; em 2019, -9.765; em 2020, -11.384; e em 2021, +6.441, ou seja, foram oito anos de saldos negativos.

No ano de 1990, o estoque de empregos na categoria bancária era de 752 mil trabalhadores; hoje, são apenas 465 mil, uma média de 8 mil demissões por ano. Nesse ritmo, o emprego bancário será apenas um resquício do que é hoje.

A justificativa esfarrapada dos banqueiros para esse número elevadíssimo de demissões (e também para o fechamento de milhares de agências bancárias) é a chamada digitalização do setor financeiro, que teria reduzido a necessidade de ida dos consumidores às agências. No entanto, o cidadão que mora nas periferias das grandes cidades brasileiras e no interior conhece bem as dificuldades de enfrentar gigantescas filas nas dependências bancárias por falta de pessoal. O número de clientes por bancário mais do que dobrou, passando de 730 clientes por empregado em 2013 para os atuais 1.753 clientes, o que mostra que, ao contrário do que alegam os banqueiros, há uma necessidade urgente de milhares de contratações.

É preciso organizar, imediatamente, uma campanha vigorosa contra as demissões, numa perspectiva de luta unitária e conjunta de todos os bancários com as demais categorias de trabalhadores. É fundamental criar comitês de luta em todos os locais de trabalho para mobilizar uma gigantesca resistência contra a ofensiva reacionária dos banqueiros, que vêm, sistematicamente, lucrando às custas da miséria dos trabalhadores e de toda a população.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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