Dia de Hoje na História

16/1/1120: cruzados formam Conselho na cidade de Nablus

Atualmente um centro da resistência contra “Israel”, Nablus tem milênios de história, foi inclusive um dos centros políticos na época das cruzadas

O Conselho de Nablus foi uma assembleia realizada em 16 de janeiro de 1120, na cidade de Nablus, quando a Palestina estava sob o controle dos cruzados. Convocado pelo rei Balduíno II de Jerusalém, esse concílio teve como objetivo consolidar a autoridade do Reino de Jerusalém.

Após a conquista da Palestina em 1099, os cruzados estabeleceram vários Estados na região, incluindo o Reino de Jerusalém. Em 1120, o reino enfrentava ataques dos vizinhos islâmicos, incluindo os fatímidas no Egito e as tropas de Alepo e Damasco. Assim era necessário reorganizar os reinos controlados pelos europeus.

Realizado na Igreja de São João Batista, em Nablus, o concílio reuniu clérigos e nobres do Reino de Jerusalém, incluindo figuras importantes como o Patriarca de Jerusalém, Warmundo, e representantes de ordens religiosas. O rei Balduíno II liderou as discussões. As principais deliberações foram:

Cânones 1-3 tratam dos dízimos à Igreja, com o rei Balduíno II prometendo entregar os dízimos de suas propriedades e, em seguida, buscando perdão pelos dízimos retidos anteriormente.

Cânones 4-7 lidam com o adultério, estabelecendo punições severas, como mutilações e exílio, para os envolvidos, incluindo punições específicas para clérigos e prostitutas.

Cânones 8-11 abordam a sodomia, impondo penas como a queima na fogueira, com variações dependendo da idade ou do consentimento da parte passiva, e a possibilidade de arrependimento para evitar punições mais graves.

Cânones 12-15 tratam de relações sexuais com muçulmanos. Os castigos incluem castração e mutilações, com exceção para casos de rapto, em que a mulher cristã não seria punida.

Cânon 16 proíbe muçulmanos de se vestirem como cristãos, uma medida semelhante a leis futuras.

Cânones 17-19 regulam a bigamia, com penitentência ou exílio para os bigâmicos, e disposições para casos de ignorância.

Cânones 20-21 abordam os clérigos, permitindo que se defendam em combate, mas proibindo participação em guerras, e regulamentando o exílio de monges que abandonassem suas ordens.

Cânon 22 proíbe falsas acusações.

Cânones 23-25 tratam de roubo, com punições como mutilação ou morte para os ladrões, dependendo do valor roubado, mas isentando os barões dessas penalidades.

Mas a tentativa de reformar o Reino de Jerusalém foi incapaz de mantê-lo de pé. 50 anos depois do Concílio o líder muçulmano Saladino unificou o Egito e a Síria e retomou Jerusalém dos cruzados. Os europeus só voltariam a controlar Nablus em 1917 quando a Inglaterra invadiu a Palestina. Desde então a resistência atua para libertar a nação.

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