Quase 60 pessoas foram assassinadas pela policia na Baixada Santista (SP) entre janeiro e fevereiro deste ano. Depois disso, vários outros casos de crimes policiais contra a população na região vieram à tona. Incluindo uma criança de 4 anos, Ryan, no inicio de novembro. Curiosamente, seu pai era Leonel Andrade Santos, de 36 anos, um dos 56 mortos durante a Operação Verão.
Nesse domingo (8), a PM cometeu mais um crime bárbaro. Vinicius Fidelis Santos de Brito, de 24 anos, foi alvejado por tiros do agentes ao lado de sua mãe, na Avenida Sambaiatuba, na Vila Jockei Clube, em São Vicente, na Baixada Santista. As imagens do crime foram gravadas por uma testemunha. As cenas mostram a mãe desesperada em uma viela em frente à casa onde o cidadão foi morto.
Ao fundo, ouvem-se tiros. Ela grita: “Pelo amor de Deus, deixa eu entrar, eu sou a mãe dele. Vocês mataram meu filho? O que isso? Vocês vão matar meu filho”. Enquanto ela grita, a porta do imóvel da frente se abre e, de dentro, sai um policial segurando uma arma longa. Ele responde: “Sai daí, entra, entra, c*”. Mais tiros são disparados. A mulher recua e entra na casa da frente.
A escalada de violência policia tem aumentado significativamente. Somente em 2024 e apenas no Estado de São Paulo, a PM matou 676 pessoas. A taxa é mais que o dobro dos 331 casos registrados em 2022. Em 2023, foram 407 pessoas mortas por policiais militares. Há ainda incontáveis casos de agressão, espancamento, tortura, etc.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que: “a Polícia Civil investiga todas as circunstâncias da morte de um homem de 24 anos em São Vicente no domingo (8), em um patrulhamento seguido de troca de tiros com homens que abandonaram uma sacola com drogas durante a perseguição. As imagens enviadas pela reportagem serão analisadas. Foram apreendidas uma arma e porções de drogas com o rapaz que fugiu para um imóvel. As armas dos policiais também foram apreendidas para a perícia”.
É curioso como em todas as notas da SSP os assassinatos são apontados como “troca de tiros”. Fica ao leitor a pergunta: como uma criança de 4 anos estaria tiros com a policia?. Para todos os crimes da policia contra a população, a desculpa é sempre a mesma. A mentira é descarada.
Os militares agem impunemente, com aval de governadores como Tarcisio de Freitas e outros “civilizados”, como a imprensa golpista gosta de chamá-los. Eles atuam como se tivessem licença para matar em um país onde não há pena de morte, portanto são assassinos do Estado burguês, inimigos da população preta e pobre das favelas e periferias do País.