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Editorial

O que o FMI quer para o Brasil?

Em entrevista, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional defendeu política de arrocho contra o povo brasileiro

Em meio ao circo de horrores da cúpula do G20, no qual o Brasil se colocou na posição vergonhosa de reciclar a imagem dos falidos chefes de Estado do G7, uma notícia positiva: o governo Lula realizou uma reunião bilateral com a China, fechando acordos comerciais em diversas áreas. O acordo tem sido apontado como uma tentativa do Brasil de contornar a embaraçosa recusa de ingressar na Iniciativa Cinturão e Rota, projeto do governo chinês que vem sendo uma importante iniciativa na luta dos países oprimidos por sua soberania perante o imperialismo.

O acordo é positivo, por um lado, porque mostra o interesse do governo Lula, como um governo de esquerda, em estabelecer relações que permitam um maior desenvolvimento do País. Por outro, mostra também a extrema defensiva do governo diante do imperialismo. Em vez de ingressar na Iniciativa Cinturão e Rota, que seria o mais natural, o governo teve de fazer uma manobra desajeitada, para que não se chocasse de frente com o imperialismo norte-americano.

A pressão para que o Brasil não ingresse em uma aliança com China, Rússia e outros países oprimidos pode ser vista claramente nas declarações recentes da diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, em entrevista à Folha de S.Paulo. Segundo ela, os países deveriam se preocupar em fazer “reformas” e evitar o “protecionismo”. Em outras palavras, deveriam se preocupar em continuar sendo colônias, em verdadeiros paraísos para os ratos imperialistas que saqueiam as suas riquezas.

O elogio de Georgieva à reforma tributária e à “transição verde” deixa claro o que ela quer para o Brasil. Quer a política neoliberal, a política de arrocho total, política essa que a Argentina vem seguindo à risca sob a ditadura de Javier Milei.

É por causa disso que o governo brasileiro hesita em formar uma aliança verdadeira com países como China, Rússia e Venezuela. Uma aliança com esses países é um passo para se libertar da ditadura imposta pelo imperialismo ao restante do mundo.

Capitular diante da pressão do FMI é um erro grave – e quem vai pagar é todo o povo brasileiro. É preciso reagir às pressões do imperialismo, do contrário, o governo brasileiro verá seu apoio popular se esvaziar rapidamente.

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