Valéria Guerra

Jornalista (UMESP), historiadora, atriz com DRT-RJ, escritora, colunista do 247, PCO, e do meu site (https://guerraluz.prosaeverso.net/); mestre em Intervenção Psicológica no Desenvolvimento e na Educação; professora do Estado do RJ na cadeira de biologia, poetisa e ativista contra a desigualdade no Brasil e no mundo.

Coluna

O Brasil antes e depois da cadeirada

Grande parte da população só faz uma refeição diária, estudos já comprovam este fato

Você se lembra do menino Davi, que desapareceu na praia da Barra da Tijuca, há seis meses? A mídia não fala mais neste assunto. O povo brasileiro continua sob uma chuva de pobreza e injustiça. E o salário salário-mínimo que vigora no país é microscópico.

Como a população poderá ser feliz? Aliás, o Brasil no ranking dos países mais felizes do mundo, está em 44º lugar, dados de 2024. O bem-comum não atinge analfabetos, moradores de rua, vítimas de baixos salários, ou outros seres desmerecidos pela falta de equidade.

O modus operandi do sistema se chama INSEGURANÇA para o povo, com “farinha pouca, meu pirão primeiro” para os neoliberais. Há dois pesos e duas medidas dependurados na ética burguesa. A estrutura é tosca e pautada no esquema policialesco,  com clientelismo sempre em alta.

Quem manda mesmo é o poder financeiro. A moral caiu em desuso. E a agressividade é seletiva. Se alguém der uma cadeirada em alguém, dentro de um coletivo, na cidade de São Paulo, por exemplo: fatalmente será preso. Mesmo que a vítima, vamos dizer assim tenha xingado e acusado o “agressor”. No Brasil, o que vale, reitero é o poder financeiro, e o povo fica do outro lado das telas: idolatrando coaches, artistas, jornalistas, políticos endinheirados e sedentos de poder de toda ordem. O “hipnotismo” se tornou o mote. E o pior, todos estes “bobos-da-corte”, são tudo, menos bobos.

Grande parte da população só faz uma refeição diária, estudos já comprovam este fato. Outra parcela não se alimenta nunca, e grande maioria segue como zumbis pelas ruas das capitais do país: implorando alimento, dormindo ao relento, e morrendo na calçada.

A educação não é para todos, e a Escola não funciona bem, afinal temos um exército de “influencers” ocupando o nicho educacional, que deveria pertencer a você professor preparado, mas que é vilipendiado pela falta de oportunidade, que é planejada; ou segue vituperado pelos baixíssimos proventos que recebe do Estado, do Município, ou do Particular. Basta! Chega! A política partidária é golpista por natureza. A população é incauta, em sua maioria, pois ferida de morte, foi golpeada por baixo de sua armadura. O povo sangra, e nem sente. Á guisa do filme Gladiador.

O discurso, a retórica, podem ser armas mortais. Praticamente nada mudou em quinhentos anos. Desde o “descobrimento”, sofremos um processo de reducionismo. Relegados à filosofia: “Em terra de cego, quem tem um olho é rei”.

Fora isso tudo, o identitarismo surgiu como marcha ré. Um paliativo desprezível que não faz justiça, e sim recria padrões reacionários. A união dos brasileiros em prol de um progresso precisa nascer, ou renascer, e enquanto existir uma bolha de aproveitadores infusa na corrente sanguínea do organismo Brasil, não haverá cura para a doença da desigualdade.

Ninguém é melhor que ninguém, ninguém é escravo de ninguém, o chicote continua na mão do capitão-do-mato; e nem gol, nem eleição, nem cadeirada irão mudar sua vida dona-de-casa que não tem dinheiro para o gás, professor que não pode comprar o remédio, criança que dorme embaixo da marquise chorando de fome.
“Após levar uma cadeirada de José Luiz Datena no debate promovido pela TV Cultura, Pablo Marçal promoveu um cenário de grave estado de saúde: de acordo com sua assessoria, “em uma ambulância, com suspeitas de fraturas na região da costela, além de muita dificuldade para respirar”.

Antes e depois do debate na TV. Cultura, com ou sem cadeirada: a vida segue costumeira, com tudo no mesmo lugar: prefeitos, vereadores, deputados, senadores, banqueiros, grandes empresários, e outros mandatários: desfrutando da tranquilidade de uma vida poderosa, e o pior com a chibata da sujeição do povo, em suas mãos.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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