Venezuela

Imperialismo põe a espada na cabeça de Lula

Consórcio de presidentes golpistas pressiona o presidente brasileiro para que declare apoio ao golpismo no país caribenho

Em entrevista ao Fantástico, principal programa dominical da Rede Globo, a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, agradeceu ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, por sua posição diante do processo eleitoral no país caribenho. “Agradeço a posição nítida do governo do Brasil e do presidente Lula, exigindo que sejam divulgados os boletins [de urna], um a um”, declarou. Corina Machado ainda disse que países como México, Colômbia e Brasil “assumiram posições muito firmes” para que “a verdade eleitoral” seja conhecida.

Nada poderia ser mais esclarecedor para a situação política na América Latina. Ao agradecer o Brasil por sua posição, Corina Machado revelou qual o sentido do movimento feito pelo governo Lula: trata-se de um esforço para isolar o regime chavista. Isso fica ainda mais claro quando levado em consideração que Corina Machado destacou que os governos de México, Brasil e Colômbia “já foram próximos de Nicolás Maduro”. Ou seja, que Maduro está sendo abandonado por seus aliados.

Contra todo o discurso supostamente em defesa da “democracia”, temos o agradecimento de uma fascista notoriamente financiada pelo imperialismo norte-americano. A posição de Lula, ao exigir as atas das eleições venezuelanas, não protege o povo brasileiro, nem o povo venezuelano, nem democracia nenhuma. Apenas deixa o governo de Nicolás Maduro, o governo mais popular da América do Sul, desprotegido diante de uma operação golpista coordenada pelas grandes petroleiras norte-americanas.

Obviamente, o objetivo de Lula não é fortalecer María Corina Machado, que é uma espécie de Jair Bolsonaro de saias – isto é, uma aliada dos inimigos da esquerda no Brasil. No entanto, objetivamente, é isso o que o seu governo está fazendo, na medida em que hesita em reconhecer a vitória de Maduro nas eleições, bem como hesita em denunciar a interferência flagrante do Departamento de Estado norte-americano no processo eleitoral de um país oprimido.

Um país independente não precisa prestar contas do funcionamento das suas instituições para ninguém. Ao se calar diante do que faz os Estados Unidos, o governo Lula está sendo conivente com uma interferência ilegítima e ilegal nos negócios de um país que faz fronteira com o Brasil. Isto é, está sendo conivente com uma política que irá, inevitavelmente, se voltar contra o seu próprio governo.

A declaração de Corina Machado, no entanto, não foi o único aceno de Lula à política da Casa Branca. Lula acaba de se reunir com o presidente chileno Gabriel Boric, o primeiro chefe de Estado a ter declarado que não iria aceitar o resultado promulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Embora a declaração conjunta emitida pelos governos brasileiro e chileno não mencione a Venezuela, o simples fato de Lula ter encontrado Boric neste momento já é uma demonstração de apoio a uma figura repugnante da política latino-americana: uma figura impulsionada pelo próprio imperialismo para defender a sua política como se esta fosse progressista. Lula, ao se encontrar com o chileno, é como se dissesse: Maduro não é boa companhia, Boric é quem está do lado certo da história.

A postura quase que suicida do governo brasileiro parece, à primeira vista, inexplicável. O que justificaria não estender a mão a Maduro, amigo do Brasil, como fez o Irã, a Nicarágua e a Rússia, e, ao mesmo tempo, ser elogiado pela extrema direita venezuelana?

Uma notícia recente ajuda a esclarecer o cenário. Um grupo formado por verdadeiros delinquentes políticos publicou, nessa segunda-feira (5), uma carta pressionando o governo brasileiro a adotar uma postura ainda mais alinhada com os interesses norte-americanos. Exortamos a Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela”, diz a carta, assinada por pessoas como Luis Alberto Lacalle Poe, do Uruguai, Guillermo Lasso, do Equador, e Mauricio Macri, da Argentina.

O grupo, chamado de Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (IDEA), é um consórcio de presidentes e ex-presidentes que chegaram ao poder como resultado da onda golpista estabelecida na América Latina após a crise de 2008. Isto é, um consórcio de bandidos políticos que são resultado do mesmo movimento político que colocou Lula na cadeia!

O grupo é formado por figuras latino-americanas, mas, curiosamente, tem como endereço, em seu portal, a cidade de Miami, nos Estados Unidos! A cidade conhecida como a capital dos gusanos, os reacionários que fazem campanha sistemática pela derrubada do Estado operário de Cuba. Não por acaso, o grupo é associado ao The American Museum of the Cuban Diaspora, uma organização que promove uma virulenta campanha de desestabilização contra o governo cubano.

A vacilação dos governos do Brasil, da Colômbia e do México é um péssimo sinal. Um sinal de que o imperialismo já está a um passo de desatar uma operação golpista contra esses países.

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