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Recife

Sayid Marcos Tenório: ‘a resistência palestina já é vencedora’

Vice-presidente da Ibraspal realizou uma longa palestra para estudantes, técnicos e professores das instituições federais em greve

Nesta quinta-feira (16), o historiador Sayid Marcos Tenório, vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), autor do livro Palestina: do mito da terra prometida à terra da resistência, esteve em visita às instituições federais de ensino em Pernambuco, que se encontram em greve de estudantes, técnicos-administrativos e docentes. Na ocasião, Tenório ministrou duas palestras, que foram organizadas pelos comandos de greve locais e tiveram a mediação de Soraia de Carvalho, integrante do comando docente.

A primeira, que teve início às 9h, teve como título História da resistência anticolonial na Palestina. A atividade aconteceu no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA). Ao meio-dia, quando teve fim o primeiro evento, o livro Palestina: do mito da terra prometida à terra da resistência foi sorteado entre os participantes. O vencedor foi Valtembergue Alves, estudante de Pedagogia e militante da Aliança da Juventude Revolucionária.

Às 14h, Tenório ministrou sua segunda palestra no dia. Intitulada Os estudantes, as Universidades e a luta contra o genocídio do povo palestino, a atividade ocorreu Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE).

Um assunto bastante comentado pelo palestrante foi o papel da imprensa na defesa do genocídio do povo palestino, bem como das grandes plataformas de redes sociais.

“A Meta pertence a uma corporação sionista. A mesma coisa é o Google. Eles controlam a vida das pessoas e vendem suas informações para corporações comerciais e de tecnologia”.

Por outro lado, destacou que “a mídia alternativa cumpre um importante papel, a resistência palestina tem vários canais”.

Além de discutir uma série de aspectos históricos, Tenório também comentou acontecimentos recentes. No dia anterior às palestras, o vice-presidente participou do ato de apoio ao povo palestino que ocorreu na capital pernambucana. Sayid Marcos Tenório disse ter tido uma boa impressão da manifestação e criticou a atuação da Polícia Militar, que impediu que os manifestantes chegassem perto do Consulado norte-americano.

“Essas polícias treinadas por ‘Israel’ não poderiam agir de outra forma. É parte da formação que esses militares recebem”, destacou o palestrante, mencionando os acordos de cooperação entre o aparato repressivo brasileiro e a entidade sionista.

Durante a segunda palestra, quando perguntado quem está vencendo a guerra entre palestinos e sionistas, Tenório destacou que “a resistência palestina já é vencedora” por tudo o que aconteceu desde o dia 7 de outubro, quando teve início a Operação Dilúvio de al-Aqsa. Desde então, o Estado de “Israel” entrou em uma crise profunda e viu o seu apoio na opinião pública despencar.

“211 dias de combate e eles não conseguiram destruir o centro de comando da resistência palestina. O exército mais bem equipado do mundo não consegue destruir uma força de resistência que fabrica o seu próprio armamento. Esses foguetes, essas granadas que vocês vêem são fabricados dentro dos próprios túneis”, explicou Tenório.

O vice-presidente do Ibraspal também destacou que, do ponto de vista de “Israel”, trata-se de “uma guera perdida moralmente”. Afinal, “no mundo inteiro, quando se fala em ‘Israel’, vem logo à mente ‘genocida’, ‘assassino de crianças’ etc.”.

Eles têm 300 mil soldados. A resistência palestina tem cerca de 40 mil soldados.

Ao comentar a crise pela qual passa “Israel”, Tenório deu destaque à oposição crescente dos judeus ortodoxos ao regime.

“Eles são contrários ao serviço militar obrigatório e são antissionistas. Isso também causa um conflito grande porque são numerosos. São minoria, mas são numerosos”.

No campo de batalha, o palestrante também explicou que “as forças da resistência desenvolvem suas próprias formas e métodos de luta”. Entre essas formas, estariam a fabricação de granadas nos próprios túneis do Hamas, com custos de apenas 250 dólares e com capacidade de destruir tanques israelenses de mais de um milhão de dólares.

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