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Oriente Médio

Por que defendemos o fim do Estado nazista de Israel

A extinção do Estado fictício de Israel deve se acompanhado pelo restabelecimento de uma Palestina laica e livre da opressão do imperialismo

Em programa transmitido pela rede Jovem Pan (“Tá na Roda”, ao ar no último dia 8), um dos argumentos usados para atacar a posição do Partido da Causa Operária (PCO) foi a defesa da extinção do Estado nazista de Israel. “O que me incomoda”, diz um dos jornalistas, “é a ideia de que não dá pra conviver de forma harmônica o Estado de Israel e o Estado da Palestina, como se defender a existência do Estado de Israel, você automaticamente seria contra o Estado da Palestina. A gente tem que arrumar uma solução internacional, uma solução humanitária, para criar dois Estados com fronteiras sendo respeitadas e definidas por todo mundo”, conclui. Isso contraria o senso comum, amplamente difundido pela propaganda imperialista, mas não é possível a existência de dois Estados no território da Palestina e isso ficou comprovado pelos 75 anos de ocupação da nação.

Israel nunca aceitou e tornou claro que jamais aceitará um Estado Palestino estabelecendo relações mais sólidas com vizinhos, cuja propensão é mais forte no sentido de serem mais amigáveis à nação palestina e pouco ou nada amistosos com Israel, como já acontece desde 1948. Conhecida como MENA (Oriente Médio e Norte da África, na sigla em inglês), a região contava com 658,19 milhões de habitantes em 2019 (segundo o CIA Worldfact Book), dos quais, apenas 8,4 milhões eram israelenses (1,46% do total da região). Com a coexistência de uma Palestina soberana e livre ao lado de Israel, fatalmente, o enclave imperialista que é este segundo sofreria a pressão de vizinhos hostis, acabando ele próprio, com um enclave árabe em seu interior, o que colocaria em risco todo o projeto político do imperialismo, que construiu Israel para ter uma base de operações na região produtora de uma das principais (se não a principal) commodity do mundo desde o final do século XIX: o petróleo.

Foi o temor em relação ao controle do Oriente Médio e de seus gigantescos poços de petróleo que levaram os EUA e Inglaterra a criarem uma nação artificialmente, povoada principalmente com europeus no território do então protetorado britânico da Palestina. No momento de maior crise vivida pelo imperialismo até então, as dúvidas quanto a capacidade de se manter a Palestina sob controle levaram à criação de Israel, um país criado no território palestino, abocanhando porções da antiga nação até que nada mais sobrasse aos palestinos do que os guetos em que vivem hoje.

De maneira demagógica, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu fronteiras entre os dois países em 1948, porém Israel nunca demonstrou nenhum respeito por elas e tampouco os EUA e a Europa demonstraram determinação em cobrar o cumprimento delas. Por essa razão, cobrar a solução dos chamados dois Estados é um equívoco. Israel existe para oprimir os palestinos – em primeiro lugar – e também o restante dos países do Oriente Médio. Não são uma nação tradicional, com povos estabelecidos em um determinado local e toda uma cultura desenvolvida, mas um Estado fictício, que por isso mesmo, deve ser extinto, com o reestabelecimento da Palestina, tal como existia há mais de 2 mil anos. O que não quer dizer, em absoluto, que os europeus deslocados para a Palestina devam também ser mortos ou algo do gênero.

A extinção do Estado fictício de Israel deve se acompanhado pelo restabelecimento da Palestina, nação milenar do território hoje ocupado pelo imperialismo, no qual há séculos, judeus e muçulmanos convivem de maneira amistosa, sem grandes choques até a determinação de se fraturar de maneira totalmente arbitrária o território palestino para dá-lo aos colonos europeus. Antecipando-se ao acúmulo de ódio experimentado pelos oprimidos, é plenamente possível realizar tal empreendimento sem grandes choques sectários.

Se o reestabelecimento de uma Palestina unificada e laica se der na esteira de uma mobilização popular radicalizada pelo ódio contra os opressores, a história inevitavelmente será outra. As memoráveis fugas empreendidas pelo imperialismo no Vietnã e no Afeganistão demonstram de maneira concreta, e dramática, que a população civil israelense estará em sérios apuros caso a libertação da Palestina se dê de maneira análoga à libertação dos países asiáticos supramencionados. Alimentados por décadas de barbárie, os excessos cometidos pela ofensiva liderada pelo Hamas, nesse sentido, são apenas um aperitivo do que pode estar por vir num futuro próximo, do tamanho do perigo que correm os israelenses, que, como ficou demonstrado, não tem um exército invencível e nem condições de deter uma insurgência em grande escala.

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