As últimas semanas foram marcadas por um debate político sobre quem ocupará a vaga de Rosa Weber no STF, juíza que se aposentará neste mês de setembro, abrindo vaga para novo membro da suprema corte. Após o anúncio de aposentadoria pela ministra, uma verdadeira corrida do “ouro” foi aberta para ocupar a vaga.
Assim como na aposentadoria de Ricardo Lewandowsky, o debate foi permeado por questões identitárias em detrimento do caráter técnico ou da segurança de Lula (confiança), porém, agora, a campanha está mais robusta e cara, com direito à peça publicitária veiculada na Times Square narrada por atriz da Globo e programa especial de tevê no canal HBO, do grupo imperialista e maior conglomerado de telecomunicações, Warner Bros.
A HBO deu a largada com o programa Greg News, um programa dedicado a atacar Zanin, o Brasil 247 entre outros para fomentar a campanha. Sucedeu depois uma série de manifestações via redes sociais, por setores pequeno-burgueses, a ponto de que qualquer defesa da soberania de Lula na escolha ser atacada com veemência.
A forma de realização dessa operação é bastante comum no mundo, mobiliza milhares de pessoas e visa desestabilizar governos por intermédio da pressão. A formulação de uma única opinião pública vai seduzindo setores dito progressistas, a partir de ideias geradas dentro de ONGs imperialistas, a ponto de gerar uma falsa comoção internacional.
A campanha por uma “mulher negra no STF” está sendo mobilizada por uma rede de ONGs. Além da Nossas, já analisada por Joaquim de Carvalho. De acordo com a apuração do jornalista do Brasil 247 (“Pressão de Duvivier e da diretora do Greg News para desgastar Zanin e emparedar Lula é suspeita e deve ser rejeitada” – Brasil 247).
“Com fatos, não se briga. Basta entrar no site da ONG Nossas para ver que entidades estrangeiras a financiam. Estão lá os logos de todas elas, na seção ‘Quem financia’. Duvivier faz eco a uma campanha que teve o endosso da voz potente de uma integrante do governo Biden, Desirée Cormier Smith, responsável pelo programa de equidade racial e justiça nos EUA”, afirmou.
Descontentes com o resultado da campanha, os identitários avançaram mais algumas casas e promoveram exibições de vídeo de campanha, em uma das principais avenidas do mundo, a Times Square, em Nova Iorque, na segunda-feira (11) e na terça-feira (12), um vídeo com a atriz mirim Lua Miranda foi exibido em um dos telões da Times Square na cidade de Nova York, Estados Unidos.
O curta é uma produção artística, narrado pela atriz Taís Araújo, e interpretado pelas atrizes Mariana Nunes e Lua Miranda. O filme foi dirigido por Mayara Aguiar, produzido por Cayo Costa e Jéssica Villardo, e tem roteiro de Joel Luiz Costa e Juliana Nascimento.
O vídeo começa com a frase “ela tem um sonho” e, na sequência, Lua diz: “Quando eu crescer, quero ser ministra do STF”. No encerramento, a mensagem que as instituições deixam é a provocação: “Nunca antes na história desse país, uma menina negra conseguiu realizar esse sonho”.
Essa campanha publicitária foi assinada pelo Instituto de Defesa da População Negra (IDPN), Geledés e Coalizão Negra por Direitos, com o objetivo de gerar impacto e coagir o governo Lula a ceder à pressão, sem contar o engajamento de cerca de 250 ONGs ligadas ao movimento negro e financiadas por subsidiárias.
Além das ONGs, apoiam outros grupos e pessoas também ligadas à ONGs como é o caso de Anielle Franco, Silvio Almeida, a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, o Grupo Prerrogativas, o Coletivo de Defensoras e Defensores pela Democracia, a Associação da Advocacia Pública pela Democracia e a Coalizão Nacional de Mulheres, todas essas organizações envolvidas diretamente com o recebimento de doações de ONGs imperialistas.
A Rede de ONGs imperialistas que promovem a campanha de luxo para “mulher negra no STF”)
As três ONGs mencionadas, as que assinam mais diretamente a campanha, são parte de uma rede organizada por ONGs multinacionais. A começar do IDPN, “um instituto de fomento à advocacia negra e promoção do serviço jurídico gratuito à comunidade negra. Integrante da Coalizão Negra por Direitos (informações X).
O Fundo Brasil também é integrante do fomento ao IDPN. O Fundo Brasil é uma potência do terceiro setor, carreando recursos de várias ONGs imperialistas.
Com apenas três anos de existência, o IPDN é um instituto ligado ao direito, por isso está servindo cabeça de ponte da Coalizão Negra, sua irmã mais conhecida, que é guarda-chuva de 249 organizações do movimento negro.
A Coalizão Negra é subsidiada diretamente por Open Society, Fundação Ford, Itaú Social entre outras. Também é notória a presença do Fundo Baobá, uma gigante da filantropia, conforme demonstrada no seu sítio.
A ampla gama de parceiros dessas entidades é algo que faria inveja até mesmo aos políticos mais gananciosos por dinheiro, conseguindo mobilizar recursos de grandes corporações capitalistas que não estão nem aí para nenhuma causa social, a não ser para arrefecê-la. Uma menção também deve ser registrada aqui à Fundação Roberto Marinho, que participa em diversos projetos.
O portal Geledés também é uma potência da filantropia baseada em ONGs estrangeiras. Em seu portal é demonstrado todo o aparato ideológico e financeiro que sustenta a entidade.
Três fundos internacionais (Ford, Open Society e Kellog) e um brasileiro (Ibirapitanga) se uniram para incentivar – com doação de US$ 10 milhões – a criação de um projeto que ajude a ampliar a participação e a voz das mulheres negras em 2018, em virtude do atentado contra Marielle Franco, de acordo com Conexão Planeta, então estima-se que o montante supera a casa das centenas de milhões de dólares até o ano de 2023.
A campanha é forte, cara e mobiliza dezena de milhares de ativistas e milhões de pessoas na internet e visa promover a confusão política. Uma situação que deveria ser de foro do presidente, de acordo com sua confiança, pelo fato de ter sido preso pelas mãos do próprio STF, acaba se tornando um falso dilema, já que a suprema corte pertence à burguesia, aos grandes capitalistas.
A quantidade de recursos que o imperialismo despeja nos supostos movimentos sociais é muito preocupante, pois a luta política tradicional, contra as desigualdades, contra a carestia, por um governo dos trabalhadores, vem sendo substituída por uma emulação de luta política importada dos Estados Unidos, onde a burguesia procura conter o potencial de luta de classe por alguns trocados em ativistas academicistas, que pensam estar resolvendo todos os conflitos sociais por uma luta fragmentária.
É preciso denunciar sempre a atuação dessas redes de filantropia e lutar também pela expulsão dos financiadores dessas ONGs como a Coalizão Negra e o Geledés, pois quem paga a banda escolhe a música, ficando notório que as pretensões desses grupos é somente desestabilizar Lula para facilitar um golpe de Estado.