A trupe de comédia britânica Monty Python foi pressionada a acabar com uma esquete de seu clássico filme ‘Life of Brian’, que brinca sobre um homem que quer se tornar uma mulher e ter filhos, disse o co-fundador John Cleese na semana passada.
“Nós amamos o roteiro, mas você não pode fazer essas coisas sobre Loretta hoje em dia”, os artistas que conduziram uma leitura da paródia bíblica no ano passado supostamente disseram a Cleese, reivindicando a esquete – na qual o personagem Stan insiste em ser chamado de ‘Loretta ‘ e declara que “é direito de todo homem ter filhos se ele quiser” – ofenderia o público moderno.
“Então, aqui está algo sobre o qual nunca houve reclamação em 40 anos, de que ouvi falar, e agora, de repente, não podemos fazer porque ofenderá as pessoas”, lamentou Cleese. “O que se deve fazer com isso?”
Na esquete, os camaradas de Stan na Frente Popular da Judéia estão divididos sobre se devem apoiar a nova identidade de ‘Loretta’, e a autodeclarada mulher acusa seu detrator de “oprimi-lo”.
“Não estou te oprimindo, Stan, você não tem útero! Onde o feto vai gestar? Vai guardar em uma caixa?”, seu amigo pergunta.
A versão cinematográfica de ‘Life of Brian’ foi anteriormente proibida em alguns países por seu assunto supostamente blasfemo, sendo uma sátira profundamente irreverente sobre as histórias bíblicas que narram a vida e os tempos do messias cristão Jesus Cristo.
A adaptação para o palco de 2024, marcada para estrear no próximo ano em Londres, supostamente cortará a cena da crucificação do filme, na qual os personagens cantam a melodia incongruentemente cativante e otimista ‘Always Look on the Bright Side of Life’ enquanto o personagem messias Brian está sendo executado.
Eric Idle, outro membro fundador do Monty Python, esclareceu em um tweet na sexta-feira que não estava envolvido na versão do show de palco depois que o British Comedy Guide se referiu a “Cleese and Idle” ter feito alterações no roteiro original.
Cleese reclamou no ano passado que a “cultura do cancelamento” teve um “efeito desastroso” na comédia e até mesmo causou a “morte da criatividade”, explicando que “se você está preocupado em ofender as pessoas e constantemente pensando nisso, você não vai ser muito criativo.”
Fonte: RT
